Publicado em 05/07/2024 às 07h28.

Lula deve focar em entregas e dar menos palanque a Campos Neto, dizem aliados

Presidente recuou após sucessivos ataques e governo anunciou corte de R$ 25,9 bilhões, o que acalmou mercado

Redação
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

 

A mudança de tom nas declarações do presidente Lula (PT) nesta quarta-feira (3) em relação à economia veio respaldada por avaliações de auxiliares e aliados políticos sobre a necessidade de uma nova postura a partir de agora.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, integrantes do governo e líderes no Congresso têm insistido para que o presidente reduza o embate com o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, e foque seu discurso na divulgação de realizações da gestão. Há entendimento de que a insistência numa toada agressiva pode ser prejudicial ao governo.

Ao menos dois aliados conversaram com Lula sobre o tema nesta semana e disseram a ele que, em vez de enfraquecer, as críticas beneficiam Campos Neto e lhe dão um palanque.

Um dos argumentos é de que os ataques têm dado dado musculatura política ao chefe da autoridade monetária a ponto de ele ser ser citado como ministro da Fazenda de um hipotético governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Entre as ponderações levadas a Lula está também a de que, aos olhos de um eleitor que desconheça a existência de mandatos para o comando do BC, Campos Neto possa parecer poderoso, uma vez que permanece no cargo mesmo sob críticas severas do presidente da República.

De acordo com a Folha, um ministro disse ainda que, para a população mais pobre, distante do debate sobre as oscilações de câmbio, o clima de confronto repercute negativamente. Fica a compreensão de que há ambiente pesado, de confusão.

Aliados têm afirmado que deve ficar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), a contestação da política praticada pelo BC. Nessa linha de raciocínio, caberia a Lula a defesa de recursos para a implementação de programas sociais, além da recuperação econômica do país.

As críticas de Lula à política de juros do Banco Central não são novidade e encontram eco em ministros e auxiliares do chefe do Executivo. Ele reclama publicamente de Campos Neto —nomeado pelo antecessor, Jair Bolsonaro (PL)— desde o início do mandato.

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