Publicado em 27/05/2024 às 14h50.

Lula e Bolsonaro cobram aliados para manter vetos presidenciais no Congresso

Dois vetos serão decididos no voto em plenário

Redação
Fotos: reprodução site do PT e Alan Santos/Presidência

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) trabalham para manter os vetos presidenciais que estarão na pauta da sessão do Congresso Nacional desta terça-feira (28), de acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo.

De um lado, o presidente tenta manter o veto à lei das saidinhas —garantindo esse direito aos detentos. O petista afirmou a ministros e líderes do governo que a manutenção do veto é prioridade e pediu empenho na articulação política.

Aliados afirmam que essa preocupação de Lula se dá não só do ponto de vista de governo, mas também pessoal. Pessoas próximas ao presidente avaliam que, apesar de o projeto mirar as saídas temporárias em datas comemorativas, Lula se sensibiliza com o tema por ter vivido na pele as restrições de estar preso.

Bolsonaro tenta manter seus próprios vetos ao texto da Lei de Segurança Nacional, que se arrasta na pauta desde 2021 por falta de consenso sobre temas como punição por fake news e aumento do tempo de condenação de militares por crimes contra o Estado de Direito.

Apesar de o fim das saidinhas ter sido aprovado por ampla maioria nas duas Casas, parlamentares da base afirmam que, se houver uma força-tarefa do Palácio do Planalto, existe chance de manter o veto de Lula.

No encontro com líderes da Câmara também foi passada a orientação de que quem não puder votar pela manutenção do dispositivo por medo da reação eleitoral deve se ausentar da sessão –já que isso diminui o quórum da votação e ajuda a manter o veto. Para que um veto seja derrubado é necessário maioria absoluta nas duas Casas (257 votos de deputados e 41 de senadores).

Reservadamente, porém, líderes do centrão dizem que entendem os argumentos técnicos, mas afirmam que o debate foi contaminado pela polarização política.

O relato é o de que, dentro das bancadas, há o receio de que votar pela manutenção do veto de Lula possa gerar desgastes com a opinião pública, ainda mais entre os pré-candidatos às eleições municipais de outubro.

Ao final, foi firmado um acordo proposto pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que os dois temas saíssem da pauta e fossem analisados na sessão desta terça —dando mais tempo para que as matérias fossem discutidas internamente entre os parlamentares.

A avaliação entre governistas e oposição, no entanto, é a de que não haverá um acordo sobre as matérias e que esses dois vetos serão decididos no voto em plenário.

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