Lula e Haddad discutem revisão de gastos públicos em reunião no Palácio da Alvorada
Após o segundo turno das Eleições Municipais, o presidente se reuniu com o ministro da Fazenda, nesta segunda-feira (28)
Após o segundo turno das Eleições Municipais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na tarde desta segunda-feira (28) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir o programa de revisão de gastos públicos que está sendo elaborado pela equipe econômica.
A reunião ocorreu no Palácio da Alvorada, onde Lula continua despachando após ter sofrido um acidente doméstico há cerca de uma semana. Haddad passou a última semana fora do Brasil, participando de compromissos do G20 e encontros com investidores em Washington D.C., e os dois não se viam há cerca de 10 dias. O ministro voltou dos EUA no final da semana passada e votou em São Paulo no último domingo (27).
Haddad não conversou com a imprensa após a reunião, como costuma fazer ao retornar à sede do ministério em Brasília após compromissos externos.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que não participou da reunião com o presidente, afirmou em um evento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em São Paulo, que o governo precisa ter “coragem” para eliminar gastos com políticas públicas ineficientes.
De acordo com ela, o objetivo é assegurar que o Orçamento da União tenha os recursos necessários para realizar investimentos.
“Os números estão aí para mostrar que tudo o que tinha que dar certo deu”, afirmou Tebet. “Só falta uma coisa: temos que ter a coragem de cortar aquilo que é ineficiente. Erros e fraudes já foram eliminados em 2023, pois eram consequências da pandemia. Agora, é hora de acabar com as políticas públicas ineficientes, para que possamos não apenas fazer superávit, mas realizar os investimentos necessários em infraestrutura.”
“Não posso deixar de ressaltar que não existe social sem fiscal, por isso disse que Mercadante me economizou as palavras”, destacou.
As equipes de Haddad e Tebet entendem que já passou o momento de revisar fraudes, erros e desperdícios; agora é hora de realizar uma revisão estrutural das despesas. A intenção é fechar acordos com o presidente Lula para encaminhar projetos ao Congresso Nacional ainda este ano, aproveitando os dois últimos meses de atividades legislativas.
Itens como a política de valorização do salário mínimo e a vinculação da aposentadoria ao mínimo não serão revistos, conforme decisão do próprio Lula.
Está em discussão, por exemplo, o projeto que limita supersalários de agentes públicos, que já tramita no Congresso e pode receber apoio do governo federal.
Além disso, foi considerada a possibilidade de acabar com a multa rescisória concedida aos trabalhadores após a demissão, bem como a redução do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, dias após a divulgação do assunto, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, negou a informação publicamente.
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