Publicado em 08/05/2025 às 10h46.

Lula ironiza Trump e critica ameaças à democracia em entrevista à revista americana

Presidente brasileiro questiona expansão territorial dos EUA e Rússia e relata conversa com Putin sobre a guerra na Ucrânia

Redação
Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou as propostas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de anexar territórios como o Canadá e a Groenlândia. Em entrevista à revista The New Yorker, publicada nesta quarta-feira (8), Lula comentou: “A única coisa que resta para ele dominar é a Antártida”.

O chefe do Executivo brasileiro também questionou a lógica por trás das ambições territoriais: “Por que a Rússia e os Estados Unidos querem aumentar seus territórios se não conseguem nem administrar o que já têm?”, provocou.

Desde o início de seu mandato, Trump tem intensificado discursos e ações em favor da anexação da Groenlândia, atualmente sob domínio da Dinamarca, e até mesmo do Canadá.

Na última segunda-feira (6), o republicano se reuniu com o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, que rechaçou publicamente qualquer possibilidade de submissão do país. “Há alguns lugares que não estão à venda. E o Canadá não está à venda, nunca estará”, afirmou Carney.

Durante a entrevista, Lula também manifestou preocupação com o que chamou de “desaparecimento” de valores democráticos, diante das crescentes tensões econômicas e políticas globais. “A democracia com a qual aprendemos a conviver depois da Segunda Guerra Mundial, o funcionamento do multilateralismo como um papel importante nas relações entre os Estados, o respeito à diversidade, a soberania de cada país estão agora desaparecendo”, disse.

O presidente brasileiro ainda relatou um diálogo direto que teve com o presidente russo, Vladimir Putin, em que tentou convencê-lo a encerrar a guerra contra a Ucrânia. “Liguei para Putin e disse: ‘Putin, acho que está na hora de você voltar para a política. Acabar com isso. O mundo precisa de política, não de guerra. Você faz falta. Não há pessoas suficientes para sentar à mesa e discutir o destino do planeta: O que queremos para a humanidade?’”, relatou Lula.

Por fim, Lula revelou que não manteve contato com Trump desde a posse do norte-americano. “Se, como representante do Estado americano, ele quiser falar com Lula, o representante do Estado brasileiro, falarei com ele com calma”, concluiu.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.