Publicado em 13/07/2017 às 09h15.

Lula, o operário que brilhou e viu a luz sumir na meleira que ele adubou

Ex-presidente, quando tinha a faca e o queijo na mão para propor reformas, optou por entrar de sola no esquemão , diz Levi

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“São necessários 20 anos para construir uma reputação e apenas cinco minutos para destruí-la.”
Warren Buffett, milionário norte-americano, investidor e também filantropo (1930)

(Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo)
(Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo)

 

Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, é uma figura singular na história do Brasil pelo que já fez história.

Lógico, é uma história ainda sem final. Mas agregou uma nódoa da pesada na biografia. Em anos de história tornou-se o único presidente da República fora das elites que sempre mandaram no Brasil.

Praticou políticas com viés à esquerda, na área do movimento negro, do miserável total, da educação de nível superior.

Mas cometeu um erro capital: quando tinha a faca e o queijo na mão para propor reformas que instituíssem um novo modelo de sistema político, optou por entrar de sola no esquemão, o do jogo de empresas com partidos a troco de dinheiro.

Melou. O modelo corrupto sempre foi o mesmo. Antes, era o que alguns chamam de “corrupção clássica”. Agora, a bolada foi tão violenta que extrapolou todas as tradições na longa história de casos de alta corrupção que marcam o Brasil

Pela primeira vez na história um presidente da República, no caso Michel Temer, é acusado de corrupção em pleno mandato.

Também pela primeira vez na história um ex-presidente, no caso Lula, é condenado acusado de corrupção.

Também é a primeira vez que o mundo político se vê, em escala nacional, acuado com um turbilhão de denúncias que alguns chamam de criminalização da política.

Lula é culpado ou inocente? No caso do tríplex do Guarujá, motivo da condenação, que o digam os juristas, porque politicamente ele já estava, como está, condenado ou absolvido, a depender de quem avalia.

De resto, Lula como Temer, juram inocência, o que, aliás, todos fazem. Também é a primeira vez, ressalte-se, que se vê tantos “inocentes” vitimados.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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