Publicado em 13/02/2025 às 19h04.

Marta Rodrigues diz que descoberta de cemitério de escravizados merece atenção do poder público

"É preciso apoiar iniciativas que promovam reparação e preservação da memória de processos culturais", declarou a petista

Redação
Foto: Matheus Morais/bahia.ba

 

A presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador (CMS), vereadora Marta Rodrigues (PT), pediu aos poderes públicos e órgãos competentes que apoiem e se debrucem com afinco sobre a descoberta de um cemitério de escravizados do século 18, localizado em um estacionamento na Pupileira, no bairro de Nazaré.

Segundo a petista, é de fundamental importância que o cemitério se torne um espaço de memória e de resgate histórico tombado pelos Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC).

“Quero parabenizar a pesquisadora Silvana Olivieri por esse belíssimo trabalho e descoberta. É preciso apoiar as iniciativas que promovam a reparação e preservação da memória de processos culturais e sociais de exclusão e violência. Do que depender da Comissão de Reparação, estamos em total apoio, cumprindo com a finalidade de promover a justiça de transição e igualdade étnico-racial”, destacou.

Para a vereadora, a pesquisa da professora da UFBA Silvana Olivieri é de grande relevância não só para a Bahia, como para todo o Brasil, pois aponta que por ali foram enterrados pessoas negras escravizadas que participaram de diversas revoltas importantes da nossa história, entre elas a de Búzios e dos Malês.

“Trata-se de um potente e rico acervo histórico da nossa cultura, que traz mais elementos sobre nossas revoltas dos Malês e de Búzios, que merecem ainda mais conhecimento público. A pesquisa nos diz que por lá foram enterrados negros, indígenas, revoltosos, pessoas escravizadas e toda uma parcela da nossa sociedade baiana, que, embora anônima, teve grande contribuição para nossa liberdade e para nossa formação cultural”, disse.

A vereadora acrescentou ainda que é necessário valorizar este achado. “As pessoas foram enterradas de maneira precária e sem dignidade. O Estado brasileiro tem que priorizar em suas ações os grupos e comunidades historicamente excluídos e/ou marginalizados, como os de matriz africana e de povos originários. Esperamos que exista todo apoio a esse cemitério, que o que for feito, esteja conforme as diretrizes para que o povo possa conhecer sua história”, concluiu.

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