Publicado em 31/03/2016 às 16h22.

Barroso sobre PMDB: ‘Meu Deus! Essa é a nossa alternativa de poder’

Sem saber que evento no qual conversava com alunos era gravado, ministro do STF afirmou que problema da política brasileira é falta de alternativa

Redação

Ministro Barroso

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso demonstrou nesta quinta-feira (31) espanto com a perspectiva de que o PMDB assuma o poder, ao comentar uma foto de líderes do partido, estampada na capa dos principais jornais do país como registro do anúncio do rompimento da legenda com o governo federal.

“Quando, anteontem, o jornal exibia que o PMDB desembarcou do governo e mostrava as pessoas que erguiam as mãos, eu olhei e: Meu Deus do céu! Essa é a nossa alternativa de poder. Eu não vou fulanizar, mas quem viu a foto sabe do que estou falando”, declarou Barroso, em conversa com alunos da Fundação Lemann, sem saber que o evento era transmitido pelo sistema interno do Supremo, de acordo com a Folha.

Entre os peemedebistas da referida imagem, estavam o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador Valdir Raupp (PMDB-RR) e o ex-ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil). Na conversa com os alunos, o ministro do STF disse ainda que o problema da política brasileira é a falta de alternativa. “Não tem para onde correr. Isso é um desastre. Numa sociedade democrática, a política é um gênero de primeira necessidade. A política morreu. Talvez eu tenha exagerado, mas ela está gravemente enferma. É preciso mudar”, disse Barroso.

Foro privilegiado – O ministro também criticou a existência do foro privilegiado para políticos em geral. “Foro amplo por prerrogativa de função é um desastre para o País e é um mal para o Supremo. O foro por prerrogativa de função deveria alcançar o presidente da República, o vice-presidente da República, os presidentes de poder e mais quase ninguém. É péssimo modelo. É péssimo o modelo brasileiro e ainda por cima estimula a fraude à jurisdição”, declarou.

Segundo Barroso, seria preferível, como alternativa ao foro, a criação de uma Vara da Justiça Federal em Brasília para cuidar dos casos de autoridades, a fim de manter no STF apenas casos relacionados a presidente, vice e presidentes da Câmara e do Senado.

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