Publicado em 24/04/2020 às 12h15.

Moro reconhece autonomia da PF na era PT e diz que Bolsonaro queria acesso a relatórios

Em discurso após deixar o governo, o agora ex-ministro da Justiça defendeu resistência a qualquer espécie de interferência

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Em pronunciamento pouco após pedir demissão do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o agora ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou reconhecer a autonomia que a Polícia Federal (PF) teve na gestões do PT.

“Foi garantida a autonomia da Polícia Federal durante esses trabalhos de investigação, é certo que o governo na época tinha inúmeros defeitos, aqueles crimes gigantescos de corrupção”, afirmou.

“Mas foi fundamental a manutenção da autonomia da PF para que se pudesse realizar esse trabalho”, completou.

Numa fala de cerca de 40 minutos, Moro destacou também a importância da operação Lava Jato durante o período. “Antes de assumir o cargo, fui juiz federal por 22 anos, tive diversos casos criminais relevantes e, desde 2012, tivemos a operação Lava Jato que mudou o patamar de combate à corrupção no país. Lógico que tem muito a ser feito, mas o cenário foi modificado”, disse o ex-juiz.

Moro também criticou a “insistência” de para a troca do comando da Polícia Federal, sem apresentar causas que fossem aceitáveis. Disse ainda que Bolsonaro queria ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência da PF. “Não tenho condições de persistir aqui, sem condições de trabalho.” E disse que “sempre estará à disposição do país”.

“Não são aceitáveis indicações políticas.” Moro falou em “violação de uma promessa que me foi feita inicialmente de que eu teria uma carta branca”. “Haveria abalo na credibilidade do governo com a lei.”

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