Publicado em 22/07/2025 às 11h40.

Motta proíbe sessões de comissões que pretendiam homenagear Bolsonaro

O presidente da Câmara suspendeu as reuniões até 1º de agosto; Oposição critica a decisão e diz que reuniões com Bolsonaro já estavam agendadas

Redação
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), proibiu as comissões de Segurança Pública e de Relações Exteriores de realizarem sessões nesta terça-feira (22) que tinham o intuito de homenagear o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esse encontro ocorreria durante o recesso parlamentar.

Segundo matéria do Estadão, a decisão foi informada por meio de um ato assinado pelo próprio Motta, que proíbe a realização de reuniões de comissões entre os dias 22 de julho e 1º.de agosto deste ano. Até a tarde de segunda-feira (21), a presença de Bolsonaro era dada como certa. Mais cedo, Motta ainda ligou para os presidentes das duas comissões para pedir o cancelamento das sessões.

No contato com Paulo Bilynskyj (PL-SP), que comanda o colegiado de Segurança Pública, e com Filipe Barros (PL-PR), de Defesa Nacional, Motta pediu que eles adotassem esse procedimento em vez dele para evitar desgaste próprio. A negociação foi passada ao líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ). No fim do diálogo, a solução acabou passando pela decisão do próprio Motta proibir que a sessão começasse.

Membros da oposição argumentam que as sessões já estavam marcadas desde a sexta-feira (18) e que suas respectivas realizações já haviam sido acertadas, inclusive, com o próprio Motta. Agora, criticam o presidente da Casa por, segundo eles, querer encerrar os trabalhos de última hora. “Estamos querendo exercer nosso papel parlamentar”, afirmou o líder da oposição, Zucco (PL-RS).

Deputados bolsonaristas chegaram até mesmo a colocar uma placa com o nome do ex-presidente na mesa do plenário onde as sessões ocorreriam. O deputado General Pazuello (PL-RJ) advertiu Zucco sobre o item, afirmando que poderia “dar problema” caso continuasse sendo exibido na Casa.

Em tese, o recesso da Câmara não é oficial, já que, para isso, o Congresso teria de votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que não ocorreu em 2025, e algo que já não vem acontecendo nos últimos anos.

Mesmo assim, os presidentes da Câmara e do Senado adotam um “recesso branco”, em que a pauta de todo o Legislativo federal é desocupada no mesmo período que deveria ser do recesso: duas semanas. Logo, mesmo com esta “pausa”, as comissões podem funcionar normalmente neste período.

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