Mourão diz que desmatamento foi além do aceitável na região amazônica
Segundo vice-presidente, desflorestamento e queimadas na região vêm sofrendo uma escalada desde 2012 e atingiu pico em 2019

Por Pedro Rafael Vilela
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda-feira (13) que o desmatamento na Amazônia está além do limite aceitável e defendeu um combate efetivo do problema na região.
“A gente não nega que houve desmatamento além daquilo que pode ser considerado como aceitável, ou seja, dentro dos 20% de cada propriedade rural e fora das unidades de conservação e terras indígenas”, afirmou durante um debate virtual promovido pela Genial Investimentos nas redes sociais.
Mourão lembrou que o desflorestamento e as queimadas na região vêm sofrendo uma escalada desde 2012 e atingiu um pico no ano passado, o que motivou uma reação internacional.
“De 2012 pra cá, nós entramos em uma ascensão do desmatamento, e consequentemente das queimadas, que se sucedem após a área desmatada, até que ano passado tivemos uma alta bem grande do desmatamento e que chamou a atenção do mundo a esse respeito”, destacou. Para o vice-presidente, que desde fevereiro está à frente do Conselho da Amazônia, o governo federal herdou um problema de gestões anteriores com a falta de funcionários nos órgãos ambientais.
“Isso vem ocorrendo porque as nossas agências ambientais foram perdendo a sua capacidade operacional. Nós recebemos, no nosso governo, tanto o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] como o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade], com 50% do seu efetivo. E o efetivo que sobra não está destinado totalmente para a Amazônia, esse pessoal está espalhado em outras áreas do Brasil.”
Na semana passada, Mourão se reuniu com empresários brasileiros e investidores estrangeiros que cobraram ações mais efetivas para conter o desmatamento na Amazônia. Em junho, o governo federal chegou a receber uma carta de grupos empresariais internacionais com críticas à política ambiental e em que condicionavam os investimentos no país ao aumento, pelo governo, do controle do desmatamento e das queimadas na Amazônia.
Um novo decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi publicado na última sexta-feira (10) no Diário Oficial da União, prorrogando a presença das Forças Armadas na Amazônia Legal até 6 de novembro para atuar em operações de fiscalização e repressão de atividades ilegais de desmatamento e queimadas.
Desmatamento em 2020
Durante a entrevista para a Genial Investimentos, o vice-presidente também comentou a perspectiva para o desmate neste ano que, segundo ele, deverá ser parecido com o do ano passado.
“Nós devíamos ter começado o combate ao desmatamento em dezembro do ano passado, ou no mais tardar, em janeiro desse ano. Fomos começar agora em maio, o conselho [da Amazônia] foi criado só em fevereiro, até que a gente conseguisse se organizar”, explicou. Apesar de uma perspectiva de desmatamento em patamares elevados, Mourão destacou uma queda nos focos de queimada no primeiro semestre deste ano, segundo medições do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Em termos de desmatamento [esse ano] não será melhor, agora em termos que queimada, sim. Dados de hoje do Inpe colocam que nós tivemos uma redução de 20% em relação ao primeiro semestre do ano passado, isso é uma redução significativa e estamos atingindo um dos menores índices de queimada dos últimos anos.”
Mais notícias
-
Política
16h53 de 15/07/2025
Ciro Gomes se reúne com cúpula do PSDB e indica retorno ao partido
Nos últimos meses, ex-governador tem se distanciado do PDT e ampliado seu diálogo com siglas de centro e centro-direita no Ceará
-
Política
16h47 de 15/07/2025
Mourão condena Trump por tarifa e defende resposta dura do Brasil
Senador cobra reciprocidade e diz que apenas os brasileiros devem resolver questões internas
-
Política
14h06 de 15/07/2025
Imprensa internacional repercute parecer de condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe
Manifestação foi apresentada na segunda-feira (14) pela Procuradoria-Geral da República (PGR)
-
Política
12h31 de 15/07/2025
Eduardo Bolsonaro critica Tarcísio por tentar negociar tarifaço com os EUA
Parlamentar acusou Tarcísio de adotar uma postura submissa às elites
-
Política
12h28 de 15/07/2025
Valdemar diz que relatório questionando segurança das urnas foi divulgado após pressão
Resultado da análise foi divulgado em 2022 à imprensa com os “achados” de “vulnerabilidades relevantes” nas urnas
-
Política
11h18 de 15/07/2025
Kiki Bispo critica ‘caráter político’ da greve dos professores e defende prefeitura
“Existe uma má vontade muito grande em querer aceitar as propostas da prefeitura", diz governistas sobre categoria
-
Política
10h50 de 15/07/2025
Kiki Bispo rebate critica de Jerônimo à agenda de ACM Neto no interior: ‘Paparazzi’
"Ele abandonou a gestão para ficar fuçando o que é que Neto tem feito pelo interior da Bahia", disse o vereador
-
Política
10h35 de 15/07/2025
Aprovação de Lula sobe após tarifaço de Trump e atinge maior nível de 2025, diz AtlasIntel
Segundo o levantamento, a aprovação de Lula subiu de 47,3% em junho para 49,7% em julho
-
Política
09h57 de 15/07/2025
Em post sobre tarifaço, embaixada americana chama STF de ‘Supremo Tribunal de Moraes’
Publicação gerou debate em torno da intenção por trás do uso da expressão: Erro de tradução ou referência proposital?
-
Política
09h34 de 15/07/2025
Nikolas acusa PGR de perseguição a Bolsonaro após pedido de condenação
Se condenado, Bolsonaro pode pegar mais de 40 anos de prisão e seguir inelegível