Publicado em 31/10/2019 às 17h12.

MP ignorou risco de adulteração em sistema no condomínio de Bolsonaro

Um documento entregue à Justiça aponta ainda que as bases da perícia foram realizadas de modo acelerado, antes da entrevista coletiva da Promotoria sobre o caso

Redação
Foto:  José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

Ao realizar perícia nas gravações da portaria do condomínio Vivendas da Barra – onde tem casa o presidente Jair Bolsonaro – o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) não considerou a possibilidade de algum arquivo ter sido excluído ou renomeado antes de ser entregue às autoridades, conforme a Folha.

Um documento entregue à Justiça aponta ainda que as bases da perícia foram realizadas de modo acelerado, na quarta-feira (30), antes da entrevista coletiva sobre o caso.

Baseada nessa análise, a Promotoria desqualificou depoimento prestado por porteiro do condomínio, que mencionou Bolsonaro.

As promotoras envolvidas no caso declararam que foi o policial militar aposentado Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL), quem autorizou a entrada de Élcio Queiroz, ex-policial militar também suspeito de envolvimento no crime.

Segundo reportagem do jornal Nacional, o funcionário do condomínio afirmou, em depoimento, que, no dia do assassinato de Marielle, Élcio disse na portaria que iria à casa de Bolsonaro, na época deputado federal.

O porteiro relatou que, ao interfonar para a casa de Bolsonaro, um homem com a voz do “seu Jair” teria atendido e autorizado a entrada. Élcio, porém, teria se dirigido à residência de Lessa.

O funcionário acrescentou que, então, interfonou uma segunda vez para a casa de Bolsonaro (de número 58), e que o mesmo interlocutor disse saber que o visitante tinha como destino a casa 66, de Lessa.

Em planilha manuscrita de controle da entrada de visitantes, está registrada a entrada de Élcio para a casa 58.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.