Publicado em 23/01/2024 às 13h03.

Jerônimo: Na Bahia não cabe movimento autônomo sem que a constituição seja respeitada

Declaração do governador vem após morte de indígena da etnia Pataxó Hã-hã-hãe após ataques de ruralistas para retomar fazenda na região Sul do estado

Carolina Papa / Fernanda Chagas
Foto: Jorge Jesus/bahia.ba

 

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou que, na Bahia, “não cabe movimento autônomo sem que a constituição seja respeitada” em meio à morte da indígena, Maria Fátima Muniz de Andrade, conhecida como Nega Pataxó, da etnia Pataxó Hã-hã-hãe no município de Potiraguá, região Sul da Bahia, no sábado (21). Em entrevista à imprensa, o petista ressaltou que “não dá para ficar aguardando movimentos e pessoas que façam justiça com as próprias mãos”. 

“O meu comportamento será o de garantir tranquilidade, equilíbrio entre as forças. Não dá para gente ficar aguardando movimentos e pessoas que façam justiça com as próprias mãos. Justiça com as próprias mãos dá nisso. Na Bahia não cabe movimento autônomo sem que a constituição seja respeitada”, destaca Jerônimo no lançamento da operação de segurança para o Carnaval da Bahia, em Salvador.

Eu respeito a posição de qualquer movimento. Seja de fazendeiros, seja de movimentos sem terra, indígenas. Eu respeito. Mas eu não posso administrar qualquer tipo de desbalanceamento com relação às atitudes. Eu não vou permitir [isso] aqui na Bahia”, informa. 

A morte da indígena ocorreu após cerca de 200 ruralistas da região se organizarem por meio de um aplicativo de mensagens para recuperar a posse da Fazenda Inhuma. A área havia sido retomada por indígenas no sábado (20).

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), o ataque à fazenda foi feito por um grupo intitulado ‘Movimento Invasão Zero’. Na ação, dois fazendeiros foram presos em flagrante por porte ilegal de arma. 

“Ontem eu me reuni com as forças da Justiça, com Ministério Público, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Polícia Federal para que a gente possa fazer um ‘colchão’ para proteger a paz e, naturalmente, garantir a vida das pessoas. Nem um lado, nem outro”, finaliza. 

Carolina Papa

Jornalista. Repórter de política, mas escreve também sobre outras editorias, como cultura e cidade. É apaixonada por entretenimento, música e cultura pop. Na vida profissional, tem experiência nas áreas de assessoria de comunicação, redação e social media.

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