Na CPI, Queiroga cita dados falsos sobre infectados no Brasileirão e reuniões com Bolsonaro
Ministro da Saúde prestou nesta terça-feira (8) segundo depoimento na comissão; veja checagem
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mencionou dados falsos durante seu segundo depoimento na CPI da Covid no Senado nesta terça-feira (8). De acordo com checagem da Agência Lupa, Queiroga mentiu ao falar sobre infectados no Campeonato Brasileirão e acerca das reuniões com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As declarações foram feitas no momento em que Queiroga defendia a realização da Copa América no Brasil, dizendo que o risco é baixo desde que seguidos os protocolos.
Confira a seguir a verificação da Lupa:
“O Campeonato Brasileiro de Futebol aconteceu com mais de cem partidas, dentro de um ambiente controlado, sem público nos estádios e houve apenas um caso positivo.” FALSO
Segundo a Lupa, ao menos 302 jogadores da série A do Campeonato Brasileiro 2020 foram infectados pela Covid-19, aponta um levantamento realizado por pesquisadores da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro. O número representa 48,3% dos atletas. O estudo não leva em conta membros da comissão técnica, da arbitragem e demais funcionários envolvidos nas partidas.
De acordo com o levantamento, o grupo apresentou um índice de infecção 13 vezes maior que a população em geral. Na avaliação do estudo, os clubes atuam como “centros superdisseminadores”. Dos 20 times na disputa, 7 tiveram ao menos 20 atletas infectados por Covid-19: Fluminense (26), Vasco (26), Palmeiras (24), Santos (22), Flamengo (21), Goiás (21) e Athletico-PR (20).
Em março, a CBF apresentou um relatório com resultados do protocolo sanitário implementado pela entidade em 2020 para realização das competições nacionais. A entidade concluiu que não houve evidências de contaminação cruzada em campo. Atletas e treinadores foram testados, em média, 72 horas antes das partidas. O secretário-geral da CBF, Walter Feldman, afirmou que o futebol é um ambiente “seguro, controlado, responsável e tem todas as condições de continuar”.
“[Falo] Diretamente com o presidente, despacho sempre com ele (…)”. FALSO
Conforme a agência de checagem, desde que assumiu o Ministério da Saúde, em 23 de março, ou seja, nos últimos 78 dias, Marcelo Queiroga teve apenas quatro reuniões diretas com o presidente Jair Bolsonaro, de acordo com a agenda da Presidência. Em duas delas (em 18 de maio e 4 de maio), não consta a participação de outras pessoas.
Em 5 de abril, também esteve presente o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz. No encontro de 26 de março, também participaram o ministro-chefe substituto da Casa Civil, Sérgio José Pereira; o então ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; e o subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência, Pedro Cesar Sousa.
Fazia praticamente um mês que Queiroga não despachava com Bolsonaro quando se reuniu com ele no dia 4 de maio, antevéspera de seu primeiro depoimento à CPI da Covid no Senado, em 6 de maio.
Foram consideradas reuniões marcadas na agenda do presidente nas quais o ministro é citado diretamente na pauta. Não foram levados em conta, por exemplo, reuniões de gabinete, ou participação em eventos.
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