Publicado em 25/03/2020 às 10h06.

Na sua gula destruidora, o corona atinge em cheio também o forró

O tamanho do estrago dessa crise, só depois. Mas já deixa 2020 na história como o ano em que o forró dançou

Levi Vasconcelos

Óbvio que ninguém arrisca dar um chute agora sobre o tamanho do rombo que o corona vai deixar, mas também ninguém duvida: o estrago já feito é enorme, imenso, devastador.

Veja você. O Comitê Olímpico Internacional anuncia o adiamento das Olimpíadas de Tóquio previstas para outubro, para 2021. Isso é lá do outro lado do mundo. Cá, Campina Grande, na Paraíba, o maior apanágio do forró nordestino no São João, foi adiado para outubro (se der, claro).

Sofrimento

Uma ducha fria para o que ainda restava de esperança para o pessoal do forró, como o cantor Zelito Miranda. Ele vislumbra um cenário que só piora.

— O São João é a maior festa da Bahia. Vai ser muita gente sofrendo, da produção a instrumentistas, sem ter o que comer, milhares de pessoas passando necessidade. Estamos começando a viver dias muito tristes.

Em Lençóis, Adelmário Coelho, outro top do forró, cancelou o Santo Forró. Targino Gondim, outra festa em Itacaré, e os anúncios de cancelamentos de festas se sucedem.

Zelito diz que assiste a tudo isso, vendo o circo desmoronar. Faz um apelo para que olhem por eles, mas esbarra noutra questão: Rui Costa, assim como ACM Neto, diz que a prioridade absoluta do momento é conter a doença, ou segurar o corona. O tamanho do estrago dessa crise que nunca se viu, só depois. Mas já deixa 2020 na história como o ano em que o forró dançou.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.