Publicado em 29/10/2025 às 12h25.

‘Não vamos resolver o problema da violência daquela forma’, diz Jerônimo

Governador defende a PEC da Segurança Pública como caminho para garantir ‘regramento de uma lei mais dura’ e estabilizar o sistema, como no SUS

Raquel Franco / Lula Bonfim
Foto: Amanda Ercília/GOVBA

 

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), expressou profunda consternação com os recentes episódios de violência no Rio de Janeiro desta terça-feira (28). Segundo ele, a forma como as operações foram conduzidas não resolverá o problema da segurança pública.

“Eu fiquei realmente muito sentido com o que aconteceu. Pessoas que não têm nada a ver com o processo de crime organizado serem acuadas, não poderem sair de casa, pessoas em situação de rua sendo baleadas”, afirmou o governador em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (29).

Jerônimo criticou a forma como a ação foi conduzida pelo governo do Rio. “A cena mostra que não vamos resolver o problema da violência daquela forma. A imagem é muito ruim. Não vamos.” Ele defende que a solução para a segurança passa por investimento em inteligência e garantia de que os criminosos paguem suas penas “com rigor da lei”.

Apoio à PEC da Segurança Pública

Em meio à discussão sobre as alternativas para o enfrentamento ao crime, o governador baiano manifestou forte apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, em tramitação no Congresso Nacional.

Para o chefe do executivo estadual, a PEC traz elementos cruciais para evitar situações extremas como a do Rio de Janeiro. “Na PEC tem elementos que ajudariam a gente a não chegar a essa situação. Na PEC trata de orçamento para investimento em presídio, investimento em polícia militar, polícia civil, regramento de uma lei mais dura dentro da PEC,” disse Jerônimo.

Ele traça um paralelo com o Sistema Único de Saúde (SUS) para defender a proposta: “Estabiliza a realidade de um sistema como é no SUS. Na PEC do SUS está estabilizado muito claramente o papel da União, o papel do estado para não ficar essa coisa de quem é responsabilidade, quem comandou a operação tinha capacidade para isso”.

A PEC da Segurança Pública busca constitucionalizar o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e cria um sistema integrado de ação dos governos federal, estadual e municipal para atacar de forma organizada o crime organizado.

O governador também disse que, neste momento de crise, é fundamental o esforço conjunto, sem embates políticos: “Neste momento não tem que ter oposição, ficar jogando pro presidente Lula ou criticando.”  Ele informou que colocou o estado à disposição no grupo de governadores para ajudar com policiais em mutirão.

Criminosos da Bahia no Rio

Ao ser questionado sobre a presença de criminosos da Bahia envolvidos nas operações no Rio de Janeiro, o governador foi taxativo. Ele confirmou que a Secretaria de Segurança Pública (SSP),  através do secretário Marcelo Werner, tem acompanhado o caso de perto, mantendo contato com a inteligência fluminense.

“Criminoso é criminoso. Se ele tá em qualquer lugar, como vimos lá com a bandeira da Bahia ou se chega aqui com a bandeira do Rio, ele é criminoso,” afirmou Jerônimo. Ele reforçou a necessidade de uma resposta dura do sistema de justiça. “Tem que ser capturado, entregue à justiça e poder ter o direito de resposta com o advogado dele, mas ser condenado e pagar pena no presídio, sem passar a mão na cabeça nesses que ameaçam a segurança e a paz do país.”

Raquel Franco
Natural de Brasília, formou-se em produção em comunicação e cultura e em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também é fotógrafa formada pelo Labfoto. Foi trainee de jornalismo ambiental na Folha de S.Paulo.

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