Publicado em 04/03/2022 às 17h20.

Neto vai para a disputa sem referência federal. Será que dá?

Vencer assim seria mais que ganhar uma eleição, seria um fenômeno. Quem sabe?

Levi Vasconcelos
Foto: Divulgação/Assessoria
Foto: Divulgação/Assessoria

 

Será que ACM Neto, em plena era da sociedade em rede, vai conseguir fazer a campanha fluir na Bahia sem interferência da questão federal?

Essa é a estratégia dele, até por falta da alternativa ideal, para star ancorado numa candidatura competitiva. A desistência de Jaques Wagner muito animou os netistas, até porque, conforme a avaliação deles, Otto Alencar foi carlista, não é petista. E isso deixaria todos iguais.

Será? Em 2002 Paulo Souto ganhou a eleição praticamente sem se envolver na disputa federal entre Lula e José Serra. Pelo contrário, no segundo turno ACM ainda declarou apoio a Lula. Já em 2006, com Souto no governo, decidiu bater em Lula, então presidente. Federalizou a questão, e perdeu.

Com Lula

Precedente similar ao de 2002, ganhar a eleição sem o presidente, só em 2018, quando Rui Costa ganhou cá e Bolsonaro venceu lá. Em 2022, sem referência federal competitiva, o esforço de Neto vai ser se manter fora da pendenga presidencial com a ressalva: sem aceitar provocações.

Em 2018, Bolsonaro surfou quase absoluto nas redes, uma espécie de liberou geral, mas o cenário de agora, além de as redes terem se ampliado e avançado no controle, a tendência é uma acirrada disputa polarizada entre Lula e Bolsonaro. Fazer com que o jogo lá não contamine o de cá, é um desafio e tanto.

Vencer assim seria mais que ganhar uma eleição, seria um fenômeno. Quem sabe?

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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