Publicado em 27/12/2022 às 11h10.

‘Ninguém se candidata a ser secretária’, diz Marighella após ser cotada para Secult

Vereadora do PT disse que ‘em nenhum momento’ foi convidada por Jerônimo ou pelo partido para discutir políticas e tampouco ocupar cargos

Jamile Amine
Foto: Reprodução / Twitter
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Um dos nomes cotados para assumir a Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA) na gestão do governador eleito da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), a vereadora de Salvador Maria Marighella (PT) afirmou ao bahia.ba que sequer foi consultada para debater as demandas do setor na transição e tampouco para assumir o cargo.

“Em nenhum momento fui convidada pelo governador ou consultada”, disse a edil, que é artista com experiência de mais de dez anos em gestão cultural e integrou a transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Amanhã [Jerônimo] deve anunciar [o indicado para a pasta], mas até agora não há meu nome, não foi colocado nem pelo governador. Também não fiz debate interno no meu partido, não conversei com o presidente do partido”, informou.

Segundo Marighella, seu nome surgiu no rol de candidatos ao posto na última quinta-feira (22), por iniciativa do setor cultural, “muito inquieto” com a ausência de um representante na formação da nova gestão. “Acho que são movimentos naturais de um setor que foi extremamente vulnerabilizado no último ciclo político de ataque, sem que a Bahia conseguisse proteger esse segmento na dimensão do que ele representa”, pontuou.

“Jerônimo fez duas coletivas de anúncio [do secretariado] e a Cultura ficou, digamos assim, para o final. Não só isso, mas a classe entende que havia ali baixa pista do que ele queria para a Cultura, tinha muito pouco elemento. A Cultura não participou dos grupos de transição, nem núcleos de coordenação”, lembrou a vereadora, destacando que o setor foi “extremamente importante” na dura disputa eleitoral deste ano, sobretudo nacionalmente.

Maria Marighella revelou ainda que a movimentação em torno de seu nome “ganhou fôlego” após a indicação do ex-diretor da Bahiatursta, Diogo Medrado, para chefiar a Fundação Cultural da Bahia (Funceb). Segundo a petista, o anúncio de uma pessoa “de fora do setor e sem experiência” tomou o segmento “com grande susto, porque a Funceb tem a função de cuidar da política das artes”.

Questionada sobre se aceitaria um eventual convite para assumir a Secult, ela disse não gostar de trabalhar com especulação. “Ninguém se candidata a ser secretária ou secretário. Acho que não dá pra gente antecipar sem que se entenda quais serão os objetivos e políticas”, enfatizou. “Isso não existe na política, tenho mandato de vereadora e acho que meu papel agora, aí sim, como representante legítima de um campo, é mediar essa voz de um campo importante pra Bahia junto ao meu partido e ao governo que nós elegemos”, ponderou.

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