Publicado em 29/03/2022 às 18h08.

No plenário, Daniel Silveira desafia decisões de Alexandre de Moraes

Deputado federal declarou que não vai acatar retorno de parte das restrições impostas pelo STF

Redação
Foto: Câmara dos Deputados
Foto: Câmara dos Deputados

 

Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinar o retorno de parte das restrições impostas ao deputado federal Daniel Silveira (União-RJ) por ameaças direcionadas ao magistrado, em fevereiro de 2021, o parlamentar utilizou o plenário da Câmara para desafiar o ministro do STF.

“Aqui eu falo em tribuna: não será acatada a ordem de Alexandre de Moraes enquanto não deliberar pela Casa. Quem decide isso são os deputados. Alexandre, cumpra a constituição”, declarou. A decisão em questão prevê que Daniel Silveira fica obrigado a utilizar tornozeleira eletrônica, fica impedido de participar em eventos e não poderá sair de sua base, em Petrópolis, por outro motivo que não para realizar suas atividades como parlamentar em Brasília.

Daniel Silveira também comparou o currículo dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Morais para tentar provar que o segundo não teria notório saber jurídico, um dos critérios para ocupar cadeira no STF, e disse que este estaria agindo “em afronta ao poder legislativo”, e sem obedecer o texto constitucional.

O deputado também defendeu que o Senado Federal abra um processo de impeachment contra o ministro, bem como que seja feita a votação na Câmara dos pedidos de sustação de ação penal e das medidas cautelares contra o seu nome.

Daniel Silveira é ex-policial militar, e foi um dos parlamentares que iniciou sua carreira política com a atual legislatura, tendo sido eleito com transferência de votos do presidente Jair Bolsonaro. Em fevereiro de 2021, foi alvo das investigações do Inquérito das Fake News. Na ocasião, publicou um vídeo defendendo a reinstauração do AI-5, ato do regime militar de instauração de censura aos veículos de comunicação, e defendeu o uso da violência contra Alexandre de Moraes, sendo preso preventivamente em seguida.

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