Nossos deputados não aceitarão cargos, diz Otto sobre aproximação do PSD com Bolsonaro
Presidente do partido na Bahia afirma que, embora a sigla rejeite "aliança formal", parlamentares de outros estados negociam postos de 3º escalão

O presidente estadual do PSD, senador Otto Alencar, voltou a negar que a bancada baiana na Câmara dos Deputados esteja disposta a negociar cargos com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que nas últimas semanas intensificou reuniões com líderes do centrão, dentre eles o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab.
Em entrevista ao bahia.ba nesta quarta-feira (6), Otto afirmou que, em encontro com Bolsonaro, Kassab rejeitou uma eventual “aliança formal” com o governo. O senador, no entanto, admite que parlamentares de outros estados se movimentam para amealhar postos de terceiro escalão ofertados pelo Planalto.
“O PSD tem 12 senadores. É a segunda maior bancada do Senado. Eu sou o líder do PSD no Senado. Na Câmara, [o PSD] tem 36 deputados federais. É difícil ter uniformidade de pensamento dentro de uma bancada tão grande na Câmara dos Deputados. O presidente Kassab foi ao presidente da República há mais ou menos 60 dias, como foram outros presidentes também. O presidente do Democratas, o prefeito ACM Neto, foi e negou a aliança do DEM com Bolsonaro. O PSD também negou”, disse Otto ao repórter Matheus Morais, durante live transmitida pelo bahia.ba.
A aproximação de Bolsonaro com o centrão —bloco formado por partidos como PP, PL, Republicanos, PTB, Solidariedade e o próprio PSD— faz parte de uma estratégia anti-impeachment empreendida pelo atual mandatário. Demonizada por ele durante a campanha de 2018, trata-se, na prática, da oferta de diretorias estratégicas de agências, bancos regionais, fundações e estatais cujos orçamentos são bilionários.
Otto, por sua vez, repete que os parlamentares da legenda não entrarão no “toma lá, dá cá”.
“Os nossos deputados federais não aceitaram nem aceitarão cargos de terceiro escalão. Dentro de uma bancada muito, grande isso pode acontecer. O que o Kassab falou é que não aceitava aliança formal com o governo Bolsonaro. Mas, infelizmente, algum estado, algum deputado vai querer cargo. Aqui, na Bahia, nos rejeitamos”, declarou.
Eleição de 2022
Questionado sobre a possibilidade de se lançar na disputa pela sucessão do governador Rui Costa (PT) em 2022, Otto Alencar respondeu que, no momento, não pensa em eleição –possibilidade até então nunca descartada publicamente e sempre aventada por correligionários.
Segundo o senador, qualquer decisão a respeito, porém, só será tomada mais adiante.
“Não estou trabalhando pra isso, absolutamente. Nosso adversário agora é o coronavírus. Eu não sei o que vai acontecer em 2020. Espero que nós possamos ter e manter a nossa unidade. Eu vou trabalhar intensamente por isso. Até porque eu não tenho essa ganância do poder pelo pode. Nunca tive”, disse o senador.
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