Publicado em 26/09/2016 às 07h42.

Nova fase da Lava Jato tem mandados no Horto, Stiep e Camaçari

Nesta fase da Operação Lava Jato, são investigadas as relações entre o ex-ministro Antônio Palocci com o Grupo Odebrecht

Redação
Brasília - Uma caminhonete, com placa de Londrina, invadiu a entrada de serviço do Ministério da Fazenda. No momento a Polícia Federal está fazendo uma perícia no local (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

 

As relações entre o ex-ministro Antônio Palocci com o Grupo Odebrecht são investigadas na 35ª fase da Lava Jato, intitulada Operação Omertà, deflagrada na manhã desta segunda-feira (26) pela Polícia Federal, com o apoio da Receita federal. Em Salvador, estão em cumprimento dois mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva nos bairro do Horto e Stiep e, em Camaçari, na Região Metropolitana.

Aproximadamente 180 policiais e auditores fiscais cumprem 45 ordens judiciais, sendo 27 mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão temporária e 15 mandados de condução coercitiva em cidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

O ex-ministro Antonio Palocci foi preso pela PF nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, em São Paulo, sob a suspeita de atuar de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o poder público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos.

Dentre as negociações identificadas foi possível delinear as tratativas entre o Grupo Odebrecht e o ex-ministro para a tentativa de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009 (que resultaria em imensos benefícios fiscais), aumento da linha de crédito junto ao BNDES para país africano, com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência no procedimento licitatório da Petrobras para a aquisição de 21 navios-sonda para exploração da camada pré-sal.

Outro núcleo da investigação apura pagamentos efetuados pelo chamado “setor de operações estruturadas” do Grupo Odebrecht para diversos beneficiários que estão sendo alvo de medidas de busca e condução coercitiva. São apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Omertà – O nome “Omertà” dado à investigação policial é uma referência à origem italiana do codinome que a construtora usava para fazer referência ao principal investigado da fase (“italiano”), bem como ao voto de silêncio que imperava no Grupo Odebrecht que, ao ser quebrado por integrantes do “setor de operações estruturadas”, permitiu o aprofundamento das investigações. Além disso, remete à postura atual do comando da empresa, que se mostra relutante em assumir e descrever os crimes praticados.

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