Publicado em 03/05/2025 às 09h30.

Novo ministro da Previdência participou de reunião que alertou sobre descontos no INSS

Wolney estava presente na reunião como secretário-executivo da pasta

Redação
Foto: MyKe Sena/Câmara dos Deputados

 

Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o Ministério da Previdência Social, o ex-deputado federal Wolney Queiroz Maciel (PDT-PE) participou de uma reunião em 2023 na qual foi feito um alerta sobre o aumento de denúncias de irregularidades em descontos nos benefícios pagos pelo INSS.

Segundo a ata do encontro do Conselho Nacional da Previdência Social, realizado em 12 de junho do ano passado, a advogada Tonia Galleti, representante do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), solicitou a inclusão do tema dos acordos de cooperação técnica na pauta, o que foi negado. Ela reforçou o pedido diante das “inúmeras denúncias” envolvendo os acordos que permitiam o desconto de mensalidades de associações diretamente dos benefícios previdenciários.

Wolney estava presente na reunião como secretário-executivo da pasta. O então ministro Carlos Lupi, que deixou o cargo nesta sexta-feira (2), reconheceu a importância do tema, mas afirmou que seria necessário um levantamento mais detalhado para avançar com a discussão.

A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) investigam o caso por meio da operação Sem Desconto, que apura fraudes nas autorizações e possível envolvimento de servidores do INSS. Entre 2019 e 2024, foram descontados R$ 6,3 bilhões dos benefícios — os órgãos agora buscam identificar a parcela desses valores obtida ilegalmente e elaborar um plano de ressarcimento aos beneficiários.

Lupi afirmou recentemente que o INSS realizou uma auditoria para apurar as denúncias e exonerou o diretor de Benefícios do instituto durante o processo. O Ministério da Previdência foi procurado, mas não se manifestou.

Braço direito de Lupi e filiado ao mesmo partido, Wolney, 52, mantém o comando da Previdência sob o PDT, legenda da base do governo Lula. Ele foi deputado federal por seis mandatos consecutivos desde 1995, mas não conseguiu se reeleger em 2022. Assumiu o cargo de secretário-executivo do ministério no atual governo.

Natural de Caruaru (PE), é filiado ao PDT desde os 19 anos. Começou a carreira política como vereador em 1993 e, no ano seguinte, foi eleito deputado federal, tomando posse aos 22 anos — então, o mais jovem do país. Na Câmara, presidiu as comissões de Educação e Cultura, e de Trabalho, Administração e Serviço Público. Também liderou um bloco de oposição ao governo Jair Bolsonaro.

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