Publicado em 12/02/2025 às 18h21.

Nunes Marques impõe sigilo total a investigação sobre desvio de emendas que cita Elmar

Com a mudança, apenas MP, juiz e servidor autorizado passam a ter acesso aos documentos do processo

Otávio Queiroz
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

 

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou sigilo total à tramitação da Operação Overclean, que investiga suspeitas de desvios de emendas parlamentares. O processo cita, dentre outros nomes, o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA).

Com a mudança, a apuração, que antes tramitava em segredo de justiça, agora ganha o status de “sigilo total”. Com a nova classificação, apenas o Ministério Público, o juiz e o servidor autorizado passam a ter acesso aos documentos do processo. Assim, o gabinete do ministro passa a deter mais controle sobre os conteúdos do caso, como petições e despachos.

Denúncia

A investigação apura fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro em contratos de engenharia, com movimentações suspeitas que chegam a R$ 1,4 bilhões.

Um dos investigados é o empresário José Marcos de Moura, integrante da executiva do União Brasil, que junto com o também empresário Alex Rezende Parente, atua no setor de limpeza urbana.

Durante uma das ações dos agentes da Polícia Federal (PF), foi encontrada, no cofre de José Marcos, uma planilha com detalhes do esquema que atingia, pelo menos, 12 estados, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro.

Em outra operação, a corporação apreendeu mais de R$ 1,5 milhão em um jatinho particular que saía de Salvador. Segundo os investigadores, o dinheiro era propina para servidores de Brasília.

Citação a Elmar

O deputado federal Elmar Nascimento, ex-nome de Arthur Lira para sucedê-lo no comando da Câmara dos Deputados e um dos citados na investigação, teve um primo preso na primeira fase da operação. Francisco Nascimento é apontado como integrante de um braço do grupo criminoso na cidade de Campo Formoso, na Bahia. Ele chegou a jogar dinheiro pela janela durante a ação da PF.

O inquérito policial surgiu após a Controladoria-Geral da União listar suspeitas de irregularidades em contratos firmados entre a coordenação do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas na Bahia (Dnocs) e a empresa Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda.

Os recursos públicos provenientes de emendas parlamentares e convênios teriam sido desviados para empresas e pessoas ligadas a prefeituras.

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