Operação Lava Jato prende ex-ministro Paulo Bernardo
Batizada de 'Custo Brasil', a nova operação também cumpre mandado de busca e apreensão na casa da senadora Gleisi Hoffmann, mulher de Bernardo
Foi preso nesta quinta-feira (23), em um desmembramento da 18ª fase da Operação Lava Jato, em Brasília, o ex-ministro Paulo Bernardo, do Planejamento no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e das Comunicações no primeiro governo da presidente Dilma Rousseff, ambos do PT.
A nova operação, batizada de “Custo Brasil”, cumpre mandado de busca e apreensão na casa da senadora Gleisi Hoffmann, em Curitiba. Policiais federais também estão na sede do PT no Centro de São Paulo. A Polícia Federal (PF) está ainda na casa do jornalista Leonardo Attuch, dono do site Brasil 247, que foi levado para prestar depoimento voluntariamente.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva nos estados de São Paulo, do Paraná, Rio Grande do Sul, de Pernambuco e do Distrito Federal.
A ação é conjunta da PF com o Ministério Público Federal e a Receita Federal do Brasil e apura o pagamento de propina, proveniente de contratos de prestação de serviços de informática, na ordem de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários públicos e agentes públicos ligados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Paulo Bernardo – Escritório de advocacia ligado ao ex-ministro do Planejamento recebeu cerca de R$ 7 milhões entre 2010 e 2015 por meio de esquema que desviou cerca de R$ 100 milhões da pasta, segundo a Polícia Federal.
O valor foi apurado com base em notas fiscais do Grupo Consist, contratado pelo esquema, e direcionados a escritórios de advocacias que prestaram serviços de forma “laranja”, segundo Andrey Borges de Mendonça, procurador da República que investiga o caso. Os escritórios ficavam em média com 20% do valor.
A Consist é apontada pelo juiz Sérgio Moro, à frente da Operação Lava Jato, que investiga o esquema na Petrobras, por ser responsável pelo pagamento de propina a partidos e políticos.
Os investigados responderão, de acordo com suas ações, pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.
Os presos e o material apreendido serão encaminhados à sede da Polícia Federal em São Paulo. As pessoas conduzidas coercitivamente são ouvidas nas instalações da PF mais próximas dos locais em que forem encontradas.
Delação – A PF indiciou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, ao concluir o inquérito sobre as suspeitas de que dinheiro desviado da Petrobras abasteceu em 2010 a campanha ao Senado da parlamentar. De acordo com a PF, há indícios suficientes contra a senadora e seu marido por suposto envolvimento em crime de corrupção.
Com base nas informações de um novo delator, Antonio Carlos Pieruccini, a PF diz ter fortes indícios de que a campanha de Gleisi Hoffmann foi abastecida com pelo menos R$ 1 milhão de dinheiro proveniente de propina. Segundo Pieruccini, ele teria transportado o dinheiro, em espécie, de São Paulo para Curitiba em quatro viagens e que entregou a quantia para Ernesto Kugler, empresário que seria próximo da senadora. De acordo com a PF, as entregas teriam ocorrido na casa de Kugler e em empresas das quais é sócio.
A PF informou ainda que o empresário e o então tesoureiro da campanha de Gleisi, Ronaldo da Silva Baltazar, se falaram por telefone pelo menos 25 vezes. Ainda conforme a PF, o suposto pedido de dinheiro para a campanha da senadora teria sido feito ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa quando Paulo Bernardo era ministro do Planejamento do governo Lula. (Com informações do G1 e Estadão)
Mais notícias
-
Política
18h00 de 01 de maio de 2024
Lula pede votos para Boulos no 1º de Maio; oposição vê infração
"Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições"
-
Política
17h00 de 01 de maio de 2024
Marinho defende mais participação de trabalhadores nos lucros privados
Ministro participou de ato do Dia do Trabalhador em São Paulo
-
Política
15h40 de 01 de maio de 2024
Lula altera tabela do Imposto de Renda em evento do Dia do Trabalho
Presidente da República reforçou discurso contra desoneração de empresas em ato na Arena Corinthians
-
Política
15h20 de 01 de maio de 2024
Deputada Olívia Santana diz ter sido vítima de abordagem policial violenta em Salvador
Em vídeo publicado no Instagram, ela dá detalhes do ocorrido e cobra o governador Jerônimo Rodrigues
-
Política
09h40 de 01 de maio de 2024
Presidentes da Câmara, Senado e STF não vão a ato do 1º de Maio com Lula em SP
Todos eles foram convidados pelas centrais sindicais, organizadoras do evento que será realizado no estacionamento da Neo Química Arena, estádio do Corinthians
-
Política
22h00 de 30 de abril de 2024
Sede do PSB é arrombada, invadida e documentos são revirados
Os invasores arrombaram a porta da tesouraria da legenda e reviraram documentos no escritório da legenda
-
Política
21h00 de 30 de abril de 2024
Lula diz a jornais japoneses que Bolsonaro ‘distribuiu dinheiro’ para se manter no cargo
“Meu adversário gastou 60 bilhões de dólares fazendo isenção, desoneração, dando dinheiro para ver se se mantinha no poder", disse presidente
-
Política
20h40 de 30 de abril de 2024
Senado aprova teto de R$ 15 bilhões para Perse e reduz empresas beneficiadas
A relatora no Senado, Daniella Ribeiro (PSD-PB), tentou mudar o texto para que esse valor do teto fosse corrigido pela inflação nos próximos dois anos
-
Política
20h00 de 30 de abril de 2024
Lula triplica verba de emendas parlamentares e destina R$ 14 bi em ano de eleições
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Congresso também precisa respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal
-
Política
19h46 de 30 de abril de 2024
Projeto que cria ‘Bahia pela Paz’ está parado há 45 dias na Alba, diz deputado
“Governo mostra que segurança pública não é prioridade”, afirma Alan Sanches