Publicado em 23/06/2016 às 07h40.

Operação Lava Jato prende ex-ministro Paulo Bernardo

Batizada de 'Custo Brasil', a nova operação também cumpre mandado de busca e apreensão na casa da senadora Gleisi Hoffmann, mulher de Bernardo

Redação
A PF indiciou a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, ao sob suspeita de que dinheiro desviado da Petrobras abasteceu a campanha da senadora
A PF indiciou a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, sob suspeita de que dinheiro desviado da Petrobras abasteceu a campanha da senadora

 

Foi preso nesta quinta-feira (23), em um desmembramento da 18ª fase da Operação Lava Jato, em Brasília, o ex-ministro Paulo Bernardo, do Planejamento no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e das Comunicações no primeiro governo da presidente Dilma Rousseff, ambos do PT.

A nova operação, batizada de “Custo Brasil”, cumpre mandado de busca e apreensão na casa da senadora Gleisi Hoffmann, em Curitiba. Policiais federais também estão na sede do PT no Centro de São Paulo. A Polícia Federal (PF) está ainda na casa do jornalista Leonardo Attuch, dono do site Brasil 247, que foi levado para prestar depoimento voluntariamente.

Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva nos estados de São Paulo, do Paraná, Rio Grande do Sul, de Pernambuco e do Distrito Federal.

A ação é conjunta da PF com o Ministério Público Federal e a Receita Federal do Brasil e apura o pagamento de propina, proveniente de contratos de prestação de serviços de informática, na ordem de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários públicos e agentes públicos ligados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

Paulo Bernardo – Escritório de advocacia ligado ao ex-ministro do Planejamento recebeu cerca de R$ 7 milhões entre 2010 e 2015 por meio de esquema que desviou cerca de R$ 100 milhões da pasta, segundo a Polícia Federal.

O valor foi apurado com base em notas fiscais do Grupo Consist, contratado pelo esquema, e direcionados a escritórios de advocacias que prestaram serviços de forma “laranja”, segundo Andrey Borges de Mendonça, procurador da República que investiga o caso. Os escritórios ficavam em média com 20% do valor.

A Consist é apontada pelo juiz Sérgio Moro, à frente da Operação Lava Jato, que investiga o esquema na Petrobras, por ser responsável pelo pagamento de propina a partidos e políticos.

Os investigados responderão, de acordo com suas ações, pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.

Os presos e o material apreendido serão encaminhados à sede da Polícia Federal em São Paulo. As pessoas conduzidas coercitivamente são ouvidas nas instalações da PF mais próximas dos locais em que forem encontradas.

Delação – A PF indiciou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, ao concluir o inquérito sobre as suspeitas de que dinheiro desviado da Petrobras abasteceu em 2010 a campanha ao Senado da parlamentar. De acordo com a PF, há indícios suficientes contra a senadora e seu marido por suposto envolvimento em crime de corrupção.

Com base nas informações de um novo delator, Antonio Carlos Pieruccini, a PF diz ter fortes indícios de que a campanha de Gleisi Hoffmann foi abastecida com  pelo menos R$ 1 milhão de dinheiro proveniente de propina. Segundo Pieruccini, ele teria transportado o dinheiro, em espécie, de São Paulo para Curitiba em quatro viagens e que entregou a quantia para Ernesto Kugler, empresário que seria próximo da senadora. De acordo com a PF, as entregas teriam ocorrido na casa de Kugler e em empresas das quais é sócio.

A PF informou ainda que o empresário e o então tesoureiro da campanha de Gleisi, Ronaldo da Silva Baltazar, se falaram por telefone pelo menos 25 vezes. Ainda conforme a PF, o suposto pedido de dinheiro para a campanha da senadora teria sido feito ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa quando Paulo Bernardo era ministro do Planejamento do governo Lula.  (Com informações do G1 e Estadão)

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