Publicado em 09/05/2021 às 19h30.

‘Orçamento paralelo’ de Bolsonaro para aliados movimentou R$ 3 bilhões, diz jornal

Presidente é acusado de liberar verbas para emendas parlamentares a aliados no Congresso Nacional; dois deputados baianos podem ter sido beneficiados

Redação
Foto: Alan Santos/ Presidência da República
Foto: Alan Santos/ Presidência da República

 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria criado uma espécie de ‘orçamento paralelo’ que movimentou cerca de R$ 3 bilhões para aliados o Congresso Nacional, em 2020. De acordo com reportagem do jornal Estado de São Paulo, parte do valor era destinado à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo.

Segundo o jornal, por meio de ofícios encaminhados principalmente ao Ministério do Desenvolvimento Regional, os parlamentares indicavam à pasta onde gostariam de alocar valores, em montantes muito superiores aos R$ 8 milhões que tem direito anualmente em emendas parlamentares.

A matéria mostra que os deputados federais baianos Cláudio Cajado (PP) e Charles Fernandes (PSD) estariam na lista das verbas. Além deles, também foram citados o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), os deputados Vicentinho Junior (PL-TO), Ottaci Nascimento (SD-RR), Bosco Saraiva (SD-AM), Lucio Mosquini (MDB-RO) e da ex-deputada Flávia Arruda (PL-TO), hoje ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, responsável pela articulação com o Congresso.

Segundo o Estadão, Fernandes (PSD-BA), chegou a escrever que o item deve ser comprado por R$ 300 mil, o que supera em R$ 50 mil o preço de referência. Já Cajado disse que tratou da indicação de R$ 12 milhões com a Secretaria de Governo, na época chefiada por Ramos, razão pela qual pediu em ofício à Codevasf “minha cota autorizada pela Segov”. Ele nega que os recursos sejam em troca de apoio a Bolsonaro.

Sobre compras de tratores e outras máquinas agrícolas terem sido aprovadas acima da tabela de referência do ministério, válida para este ano, a pasta justificou que “não se trata de um normativo”, e sim de um “material de apoio” para propostas dos parlamentares.

“Caso o valor do equipamento seja mais alto, será publicado um Termo Aditivo com aumento de contrapartida” do titular do convênio “para cobrir os custos necessários”, justificou o ministério.

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