Publicado em 20/12/2018 às 12h36.

Os pescadores e a luta para retomar o respeito surrupiado por aproveitadores

"Temos que mudar a lei. E recadastrar todo mundo. Não é justo que o verdadeiro pescador pague a conta", diz Raimundo Costa, pescador e deputado eleito

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Tudo parece impossível até que seja feito”

Nelson Mandela, líder sul-africano que acabou o apartheid (1918-2013).

Foto: Valença Agora
Foto: Valença Agora

 

Raimundo Costa, deputado federal eleito, tomou ontem posse do segundo mandato de presidente da Federação da Pesca e Aquicultura da Bahia, entidade que congrega 66 colônias de pesca ativas em todo o litoral baiano, da divisa com Sergipe ao Espírito Santo, e ao longo de todo o Rio São Francisco, com mais de 150 mil associados.

Ele diz que tem pela frente um enorme desafio. É a primeira vez que pescador elege um representante na Câmara. Então, que nos diga Raimundo: e qual é a principal demanda do pescador?

Pagando o pato

Diz Raimundo que o pescador sempre foi jogado de lado. Citou, por exemplo, o caso da Bahia Pesca, que o governo vai privatizar:

— Na prática, perdemos o que já não tínhamos, uma empresa de fomento que não fomentava. Mas era uma ferramenta. Agora nem isso…

Mas Raimundo diz que o principal problema é arejar a questão do ponto de vista institucional e moral.

— Infelizmente a demanda principal é social, a busca por benefícios que o governo só corta. Há oito anos que o governo não emite uma única carteira nova de pescador.

A raiz da questão: antes, eram só as colônias agenciavam os registros. Depois, associações também. O número de associações pipocou e o de gente se passando por pescador, atrás dos benefícios, também.

— Temos que mudar a lei. E recadastrar todo mundo. Não é justo que o verdadeiro pescador pague a conta.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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