Otto atribui queda de Lula à inflação, mas diz que petista segue liderando pesquisas eleitorais

O senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que a queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está diretamente ligada à inflação e a fatores econômicos, mas avaliou que o cenário pode ser revertido e que o petista segue liderando as recentes pesquisas eleitorais.

“Na aprovação do presidente Lula, às vezes isso é sazonal, dá para recuperar. Agora, você vê que todas as pesquisas que colocam ele no confronto com qualquer outro candidato, ele ganha as eleições”, disse o senador em entrevista ao grupo Lomes na manhã desta segunda-feira (10).

Segundo o pessedista, a inflação tem sido o principal motivo para o desgaste do governo. Ele atribui a alta de preços ao aumento da circulação de dinheiro na economia, impulsionado pela queda do desemprego. “O desemprego diminuiu pela metade, se tem mais gente empregada, tem mais dinheiro circulando no mercado interno. Então tem mais procura por produtos e o consumo aumenta”, afirmou.

O senador também citou desastres ambientais como fatores que impactaram a economia, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a estiagem no Centro-Oeste, que afetaram a produção agrícola. “O Rio Grande do Sul, que é o quarto maior produtor de alimentos do Brasil, teve um desastre que comprometeu indústrias, empresas e o campo. Além disso, tivemos seca na Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins, o que reduziu a safra esperada”, explicou.

Outro fator apontado por Otto foi a valorização do dólar, que encareceu importações essenciais, como o diesel, devido à falta de refinarias no país. “O Brasil é autossuficiente na produção de petróleo, mas não refina tudo o que produz. Isso nos deixa dependentes do mercado externo e faz os combustíveis ficarem mais caros”, afirmou.

O cacique do PSD na Bahia, também mencionou desgastes internos do governo, como a polêmica em torno do Pix, que foi interpretada de forma equivocada e levou a um recuo do governo. Ele acredita que a inflação pode cair nos próximos meses, principalmente com a colheita de uma supersafra, ajudando a reverter a perda de popularidade de Lula.