Publicado em 12/01/2020 às 17h00.

PEC 158: após suspensão de tramitação, Estado defende reforma da Previdência

"Bahia ficará inadimplente com o Governo Federal, ou seja, o Governo do Estado deixará de receber investimentos da União", diz nota

Redação
Foto: Camila Souza/Gov-BA
Foto: Camila Souza/Gov-BA

 

Em nota divulgada neste domingo (12), o Estado defende a reforma da Previdência, cuja tramitação foi suspensa no sábado (11) a partir de liminar deferida pela desembargadora Rosita Falcão Maia.

Ela acatou o pedido do deputado estadual Hilton Coelho (PSOL), que ingressou no Tribunal de Justiça da Bahia com um mandado de segurança para barrar a votação da PEC 158 na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).

“Em carta aberta divulgada no início do mês, 15 entidades sindicais que representam o funcionalismo público reconhecem que o Governo do Estado é obrigado por lei federal a fazer ajustes na previdência estadual. Este ponto está superado até mesmo para quem se posiciona contra alguns pontos da Proposta de Emenda Constitucional elaborada pela equipe do governador Rui Costa, a PEC 158. O que parte dos sindicalistas talvez ainda não tenha entendido é o risco que o atraso na aprovação da PEC oferece à sociedade e ao próprio funcionalismo”, diz o governo.

Ainda na nota, o governo afirma que a primeira consequência da não aprovação da reforma é que a Bahia ficará “inadimplente com o Governo Federal, ou seja, o Governo do Estado deixará de receber investimentos da União e não poderá contrair novos empréstimos”.

“Automaticamente, obras poderão ser paralisadas ou nem mesmo terão início. Áreas fundamentais como saúde, infraestrutura, educação e segurança ficarão comprometidas. Além disso, a taxa de desemprego tende a aumentar no estado, sobretudo no interior”.

“Outra grave consequência é o aumento do rombo da previdência estadual. O Governo do Estado tem retirado um volume cada vez maior de recursos do orçamento para pagar aposentados e pensionistas, cobrindo assim o chamado déficit da previdência. Este dinheiro poderia ser aplicado em obras e ações. Se a PEC não for aprovada com urgência, a cada novo ano, muito mais dinheiro público será utilizado para pagar aposentados do Estado. A Bahia chegou ao fim de 2019 com um déficit previdenciário de R$ 4,3 bilhões. A cifra deve chegar aos R$ 4,8 bilhões este ano”, complementou a nota.

Segundo o Estado, “também é possível prever um cenário ainda mais crítico para o próprio funcionalismo a curto prazo”. “A Bahia ainda goza de equilíbrio fiscal e tem feito o pagamento rigorosamente em dia de salários e benefícios para todas as categorias, na contramão do resto do país. Não há garantia que este quadro de estabilidade se mantenha, caso a reforma não seja aprovada na Assembleia Legislativa da Bahia”.

“Dos 27 estados brasileiros, 20 já encaminharam propostas para se adequar ao novo modelo de previdência; 13 delas já foram aprovadas. Se por um lado, fazer a reforma na Bahia é urgente, por outro também é possível dizer que ela é mais branda que a definida pelo governo federal”.

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