Publicado em 30/12/2024 às 16h04.

Pesquisa diz que jovens enxergam políticos como influenciadores atualmente

Estudo foi realizado pelo InternetLab e divulgado pela Folha de São Paulo, envolvendo 350 entrevistados

Redação
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

Jovens da América Latina começaram a associar políticos ativos nas redes sociais a influenciadores digitais. A informação é revelada em um estudo conduzido pelo InternetLab e divulgado pela Folha de São Paulo.

A pesquisa, realizada em três etapas, envolveu 350 jovens de 16 a 24 anos de países como Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México. Inicialmente, os participantes responderam a um questionário sobre suas percepções. Em seguida, foram divididos em grupos focais para discussões mais aprofundadas. Por fim, influenciadores e especialistas entrevistaram os jovens para explorar como a política e as redes sociais se conectam.

Os resultados indicam que políticos com maior presença digital são vistos como representantes de uma “política moderna”, mais acessível e menos distante. Um exemplo destacado é Nayib Bukele, presidente de El Salvador, descrito como jovem, independente dos grandes meios de comunicação e admirado por sua abordagem na segurança pública, mesmo entre progressistas.

No Brasil, no entanto, prevalece a sensação de “fadiga e distanciamento” em relação à política. Entre os poucos nomes espontaneamente mencionados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se destaca como uma figura influente.

No campo progressista, foram citados Gabriel Boric, presidente do Chile; Gustavo Petro, da Colômbia; Claudia Sheinbaum, do México; e o ex-presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador.

A pesquisa também revelou que, no Brasil, Chile e Argentina, conteúdos de políticos de direita têm maior alcance entre os jovens, enquanto na Colômbia e no México, prevalece o consumo de discursos de esquerda.

Segundo Ester Borges, coordenadora do estudo, políticos identificados como influenciadores se destacam por apresentar soluções para os problemas que os jovens consideram importantes. No entanto, ela alerta que essa aproximação pode levar a uma “política cada vez mais imediatista”.

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