Publicado em 26/05/2023 às 07h55.

PF conclui que Bolsonarista autor do pedido de CPI do 8 de janeiro incitou atos golpistas

Segundo a investigação, André Fernandes ‘coadunou com a depredação do patrimônio público’ e ‘conferiu ainda mais publicidade a ela’ nas redes sociais

Redação
Foto: Reprodução / Facebook

 

A Polícia Federal (PF) concluiu que o deputado federal bolsonarista André Fernandes (PL-CE), autor do requerimento para a abertura da CPI do 8 de janeiro, incitou os atos golpistas que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF).

À pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou incitação ao crime e provocação da prática de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o parlamentar é investigado por conta de publicações das redes sociais. De acordo com informações do G1, em uma postagem na véspera da invasão, em 6 de janeiro, ele convocou “ato contra governo Lula” na Praça dos Três Poderes naquele fim de semana.

No 8 de janeiro, já com a invasão em curso, André Fernandes chegou a publicar uma foto na qual aparecia a porta do armário do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com a legenda “quem rir, vai preso”.

Por meio de nota, o deputado bolsonarista se defendeu. “se fazer uma crítica ao ativismo judicial for crime, então não existe mais democracia no Brasil. Gostaria muito de depor na CPMI do 8 de janeiro, dessa vez publicamente, à luz do dia, para que o povo brasileiro veja o quão absurdo é essa investigação”.

A PF, por outro lado, avalia que o parlamentar “coadunou com a depredação do patrimônio público praticada pela turba que se encontrava na Praça dos Três Poderes e conferiu ainda mais publicidade a ela (tendo em vista o alcance das suas redes sociais) restando, portanto, demonstrada sua real intenção com aquela primeira postagem, que era a de incitar a prática delituosa acima citada”.

Os investigadores destacaram ainda que “o compartilhamento, pelo próprio investigado, das referidas imagens de destruição do patrimônio público contraria a sua fala de que no dia 08/01/2023, ainda durante os ataques, publicou na sua conta do Twitter que não compactuava com a depredação de patrimônio público”.

Relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes deu 15 dias para a PGR se manifestar sobre a conclusão da PF em relação à conduta de André Fernandes.

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