PF investiga indícios de que governo Bolsonaro financiou sites antidemocráticos
Delegada quer saber se houve direcionamento da publicidade oficial para grupos radicais

A Polícia Federal investiga indícios de que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) financiou pessoas e páginas na internet dedicadas à propagação de atos antidemocráticos, que fizeram ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira (18) revela que um relatório parcial da PF, produzido no inquérito que tramita no STF sobre a realização de atos antidemocráticos, aponta pela primeira vez a relação desses atos com o Palácio do Planalto e apura se a publicidade oficial foi utilizada para direcionamento de recursos públicos.
Segundo a publicação, os indícios chegaram à PF por meio da CPMI das Fake News do Congresso Nacional, que enviou à investigação informações de que a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) veiculou publicidade em sites que propagam ações antidemocráticas. A delegada Denisse Dias Ribeiro afirma no relatório que o objetivo da investigação é saber se integrantes do governo federal agiram por ação deliberada ou por omissão no financiamento dessas páginas.
“A investigação tem o objetivo de checar se essa ocorrência se deu por culpa ou por ação ou omissão deliberada de permitir a adesão da publicidade do governo federal, e a consequente monetização, ao conteúdo propagado”, escreveu a delegada, que prossegue em seu despacho: “Outro ponto a ser elucidado (e que complementarão a análise do material já em curso) é se essa conduta ocorreu por vínculos pessoais/ideológicos entre agentes públicos e os produtores de conteúdo ou mesmo por articulação entre ambos”.
Além da presença de propaganda do governo, a PF apura se os gestores públicos usaram mecanismos disponíveis em ferramentas de publicidade, como o Google Ads, para evitar que as mensagens do governo chegassem a sites que disseminam ataques às instituições.
“Não há informações que indiquem se os agentes públicos responsáveis, dolosa ou culposamente, criaram critérios objetivos (palavras-chave, filtros ou bloqueios) que evitassem que a propaganda do governo federal fosse veiculada e monetizasse canais que difundem ideias contrarias às professadas pelo Estado democrático de Direito, permitindo (i.e., não impedindo), com tal prática, que ocorresse o repasse de recursos públicos com a intermediação de ferramentas tecnológicas a tais canais das redes sociais”, diz o relatório.
Vínculo com ministério
Conforme o Globo, o relatório policial também afirma que há “vínculos, ainda não totalmente esclarecidos”, do grupo investigado por propagandear e promover os atos antidemocráticos com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves. O documento aponta que a ativista de extrema direita e uma das coordenadoras do movimento “300 do Brasil”, Sara Giromini, ocupou um cargo na pasta, “sendo exonerada apenas em 15 de outubro de 2019”.
Procurada por O Globo, a Secom disse que não iria comentar. Em outras ocasiões, a pasta afirmou não escolher os sites onde os anúncios de mídia programática são veiculados e que não fará “censura”.
Já o Ministério dos Direitos Humanos afirmou que Sara Giromini e Renan Sena, quando indiciados, “já não pertenciam ao quadro funcional do MMFDH” e que todos os membros da pasta estão à disposição para esclarecimentos necessários.
Mais notícias
-
Política12h25 de 30/10/2025
Jerônimo debate desafios do setor de combustíveis em encontro de revendedores
Governador participou do evento do Sindicombustíveis em Feira de Santana nesta quinta (30)
-
Política11h32 de 30/10/2025
Carballal recebe Comenda 2 de Julho e destaca ‘profunda responsabilidade’ na CBPM
Ele também avaliou os resultados da Exposibram 2025
-
Política10h17 de 30/10/2025
Projeto determina meia-entrada nos estádios de Salvador para inscritos no CadÚnico
Desconto de 50% nos ingressos visa incluir pessoas com baixa renda nos eventos esportivos; proposta aguarda discussão na Câmara
-
Política09h49 de 30/10/2025
Vereadores são investigados em operação contra tráfico de drogas na Bahia
Operação acontece entre Bahia e Sergipe envolve mais de 150 agentes da SSP-BA
-
Política09h31 de 30/10/2025
Entenda projeto que proíbe som e palcos na orla de Salvador com multas de até R$ 15 mil
Projeto de Lei restringe eventos, proíbe trios e impõe novas obrigações a comerciantes e organizadores
-
Política08h51 de 30/10/2025
Congresso vota projeto que torna isenção do IR até R$ 5 mil permanente nesta quinta
Texto altera o projeto aprovado pela Câmara no inicio do mês, que prevê a isenção por apenas 5 anos
-
Política08h24 de 30/10/2025
ALBA realiza debate sobre o fim da escala 6×1 nesta quinta (30)
Estarão presentes os deputados federais Léo Prates e Erika Hilton
-
Política07h52 de 30/10/2025
Lula sanciona lei que endurece combate ao crime organizado após megaoperação no Rio de Janeiro
Decreto publicado no Diário Oficial da União nesta quinta (30) cria novos tipos penais e amplia a proteção a agentes de segurança e do judiciário
-
Política07h37 de 30/10/2025
Jair Bolsonaro declara apoio a Ciro Gomes para eleições de 2026
A confirmação do apoio ocorreu através do deputado federal André Fernandes, líder do PL no Ceará
-
Política21h40 de 29/10/2025
Marcelino Galo ironiza críticas e diz que oposição faz campanha antecipada ao atacar Jerônimo
Parlamentar também ressaltou o trabalho realizado pelo Governo da Bahia no enfrentamento ao crime organizado











