Publicado em 19/11/2024 às 15h58.

PF revela que grupo morreria para executar plano de matar Moraes

Segundo a PF, os golpistas consideravam “aceitáveis” os possíveis “danos colaterais” da execução

Redação
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

 

O plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que visava um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), incluía o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio de explosivos ou envenenamento. A revelação foi feita pela Polícia Federal durante a Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira (19), que resultou na prisão de quatro militares e um policial federal suspeitos de envolvimento no esquema.

Segundo a PF, os golpistas consideravam “aceitáveis” os possíveis “danos colaterais” da execução de Moraes, que incluíam a eliminação de toda a sua equipe de segurança e até a morte dos próprios executores. O objetivo declarado seria “neutralizar” o que chamavam de “centro de gravidade”, identificado como um obstáculo à implementação do golpe.

A investigação apontou que o documento do plano detalhava como “100% passíveis” e “100% aceitáveis” os danos colaterais relacionados à morte de Moraes.

O material apreendido inclui tópicos que listam requisitos operacionais e armamentos necessários para a execução do plano. Os metadados sugerem que o documento foi elaborado pelo general da reserva Mário Fernandes enquanto ocupava o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

O planejamento considerava diferentes formas de execução do ministro, incluindo o uso de artefatos explosivos e envenenamento em eventos públicos. O relatório da PF também destaca que os riscos da operação eram avaliados como altos, tanto para a captura dos envolvidos quanto para as baixas — termo militar usado para mortes.

“A análise do uso de armamentos extremamente letais, incluindo explosivos e envenenamento, demonstra que o grupo estava disposto a levar adiante o assassinato do ministro Alexandre de Moraes como parte do plano golpista”, conclui o relatório da PF.

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