Publicado em 26/03/2016 às 10h20.

Relatório critica condução da Lava-Jato

Encontrado na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, documento aponta equívoco na linha de investigação da operação

Redação
Polícia Federal na sede da Construtora Odebrecht, na 23ª fase da Operação Lava Jato (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Polícia Federal na sede da Construtora Odebrecht, na 23ª fase da Operação Lava Jato (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

 

Segundo reportagem do Estadão, entre os documentos apreendidos pela Polícia Federal durante as buscas da 23.ª fase da operação Lava-Jato, que teve como principal alvo principal o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, foi encontrado na casa de Banedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, um relatório cujo texto faz críticas à linha de investigação da força-tarefa da operação.

De acordo com o relatório, o Ministério Público Federal estaria equivocado em atribuir às construtoras a organização do cartel para fraudar contratos com a Petrobras. Conforme sustenta o texto, que não contém assinatura nem data, o governo, os políticos e os partidos seriam a “origem” e “objetivo central” do esquema de corrupção que se instalou na estatal.

O texto considera que a visão de que seriam as empreiteiras as mentoras e organizadoras do esquema de corrupção na Petrobras corresponde a “uma distorção da realidade”.

 

O documento aponta a linha de argumentação que os diretores da construtora, entre eles o presidente afastado, Marcelo Odebrecht, preso desde junho do ano passado, devem adotar no acordo de delação premiada proposto, na semana passada, ao Ministério Público Federal por dirigentes da Odebrecht.

O texto, de oito páginas, estava junto com uma série de documentos que estavam na casa de Benedicto Barbosa, entre eles a longa planilha que relacionava nomes de quase três centenas de políticos de 24 partidos ao lado de valores.

Benedicto Barbosa foi preso temporariamente na 23ª fase da Operação Lava Jato e liberado posteriormente pela Justiça. Este documento foi apreendido pela Polícia Federal junto com planilhas que indicam doações da Odebrecht a mais de 200 políticos de 24 partidos.

O documento faz referência ao lançamento do site do MPF dedicado a divulgar as investigações da Lava Jato. A página foi lançada em janeiro de 2015, meses antes de a 14ª fase da Lava Jato prender diversos executivos da Odebrecht.  (Com informações do Estadão)

 

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