Publicado em 29/03/2025 às 08h30.

‘É o fim da minha vida, estou com 70 anos’, diz Bolsonaro sobre possível prisão

Ex-presidente é acusado de cinco crimes, cujas penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão

Redação
Foto: Gustavo Moreno/STF

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, em entrevista à Folha de S.Paulo, ter discutido com auxiliares e militares possibilidades como estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal após as eleições de 2022. Segundo ele, porém, essas hipóteses foram descartadas “logo de cara”.

A declaração ocorre na mesma semana em que Bolsonaro se tornou réu no STF (Supremo Tribunal Federal), acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente é acusado de cinco crimes, cujas penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

Questionado sobre uma eventual prisão, Bolsonaro afirmou que isso representaria o fim de sua carreira política. “É o fim da minha vida. Eu já estou com 70 anos”, disse.

Na entrevista, o ex-presidente também citou o artigo 142 da Constituição, frequentemente usado por seus apoiadores para sugerir um suposto poder moderador das Forças Armadas. O entendimento já foi rejeitado pelo STF.

Bolsonaro afirmou que não esperava o resultado das eleições e que, diante da negativa do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a um recurso para contestar o pleito, procurou alternativas. “Eu conversei com as pessoas, dentro das quatro linhas, o que a gente pode fazer? Daí foi olhado lá: sítio, defesa, [artigo] 142, intervenção…”, disse.

Sobre os diálogos com militares, Bolsonaro argumentou que precisava ouvir diferentes setores e que as possibilidades foram abandonadas. “Chegou à conclusão que, mesmo que tivesse [algo fundamentado], não vai prosseguir. Então esquece.”

O ex-presidente negou que essas discussões representassem uma tentativa de golpe. “Golpe não tem Constituição. Um golpe, a história nos mostra, você não resolve em meses. Anos”, afirmou.

Bolsonaro enfrenta investigações que apuram sua conduta após a derrota nas eleições e seu papel nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

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