Publicado em 10/03/2025 às 13h29.

Rueda descarta rompimento e mantém União Brasil no governo Lula

Presidente do partido reafirma permanência na base governista apesar de pressões internas e negociações com a oposição

Redação
Foto: Jorge Jesus/bahia.ba

 

O presidente do União Brasil, Antônio Rueda, comunicou a interlocutores que não pretende abrir mão dos três ministérios ocupados pela sigla nem romper com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A possibilidade de desembarque do partido do governo foi especulada após Rueda ser fotografado ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em meio a investidas da oposição para atrair partidos da base governista.

Atualmente, o União Brasil comanda três ministérios: Celso Sabino (Turismo), Juscelino Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional). Os dois primeiros representam a bancada do partido na Câmara, que conta com 59 deputados, a terceira maior da Casa. Já Góes tem o respaldo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Apesar disso, parte significativa da bancada do União Brasil mantém alinhamento com Bolsonaro ou demonstra resistência ao governo Lula. Paralelamente, o partido trabalha a pré-candidatura do governador Ronaldo Caiado (GO) à Presidência da República em 2026, cogitando até a participação do cantor Gusttavo Lima como vice.

Outro fator de pressão para que a legenda entregue os ministérios vem do PP, presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI). União Brasil e Progressistas negociam uma federação para o próximo ano, e Nogueira tem buscado convencer o próprio partido a entregar o Ministério do Esporte, atualmente sob o comando de André Fufuca, ex-líder do PP na Câmara.

O posicionamento de Rueda alivia o Palácio do Planalto, mas também complica os planos da reforma ministerial articulada por Lula. O governo cogita ceder o Ministério do Turismo ao PSD, de Gilberto Kassab, como forma de consolidar uma aliança eleitoral para 2026.

Até agora, as mudanças promovidas por Lula no primeiro escalão ocorreram apenas em ministérios sob comando do PT: Sidônio Palmeira assumiu a Secom no lugar do deputado Paulo Pimenta; Alexandre Padilha substituiu Nísia Trindade na Saúde; e Gleisi Hoffmann passou a comandar a Secretaria de Relações Institucionais, cargo antes ocupado por Padilha.

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