Rui atribui redução de público a falta de fiscalização em eventos, e cobra apoio de artistas
‘Infelizmente, nós estamos colhendo aquilo que foi plantado’, afirmou o governador
Durante evento na região dos Alagados, em Salvador, nesta terça-feira (11), o governador Rui Costa (PT) comentou as críticas recebidas após determinar a redução do público máximo em eventos de 5 mil para 3 mil pessoas na Bahia e cobrou o apoio dos artistas para estimular a vacinação contra Covid-19.
“Eu também lamento, eu também fico triste. E vocês jornalistas são testemunhas que desde outubro, novembro, eu estou fazendo um apelo, estou pedindo que eles ajudem a controlar a doença e que só entrasse nas festas e nos eventos quem tivesse vacinado. Infelizmente, eles não ajudaram”, declarou o gestor a respeito do setor de eventos. “Seria injusto dizer que todos não fizeram, mas eu posso afirmar com absoluta convicção que a maioria não fez o que deveria ser feito, que é exigir que só entrassem nas festas, nos eventos, só as pessoas vacinadas”, disse Rui.
O governador admitiu entender a impossibilidade de controlar o uso das máscaras quando o público está nos eventos, mas argumentou que outras medidas podiam ser tomadas para evitar o aumento de casos do novo coronavírus no estado. “É impossível você controlar isso e obrigar alguém a usar máscara depois que ele está em uma festa, seja 3 mil pessoas, 4 mil ou 5 mil. Mas a entrada é perfeitamente possível controlar e nós chegamos a esse ponto, entre outras coisas, pela falta de controle na realização dos eventos. Então, infelizmente, nós estamos colhendo aquilo que foi plantado”, afirmou.
Rui Costa garantiu ainda que a redução do público seguirá vigente até que a situação epidemiológica melhore. “E eu espero que não piore, porque se piorar nós vamos reduzir ainda mais a quantidade de pessoas”, sinalizou, citando resoluções do Ceará, que reduziu o limite para 500 pessoas e Pernambuco, onde o número máximo é igual ao da Bahia.
Questionado sobre um limite aceitável de casos ativos para voltar a flexibilizar as medidas restritivas, Rui deu um panorama da situação. “Nós estávamos com 2 mil [casos ativos] e eu tinha permitido até 5 mil pessoas [limite de público]. Nós fomos para 4,6 mil [casos] e eu reduzi pra 3 mil, então, é mais ou menos essa proporção”, estimou o governador, afirmando ter “absoluta convicção” de que os números estão subnotificados.
APOIO DE ARTISTAS E DIÁLOGO COM SETOR DE ENTRETENIMENTO
Muito criticado pelo setor de entretenimento, desde o início da pandemia, pela falta de diálogo, Rui Costa garantiu estar aberto à conversa e afirmou que tem organizado sua agenda para receber os produtores. “Já estamos negociando a data da agenda e o horário, vamos receber sim, conversar… Eu sou uma pessoa do diálogo, de ouvir, e eu espero que eles possam ajudar”, assegurou.
O governador destacou ainda a visibilidade do setor, que segundo ele “influencia muito a opinião das pessoas”, e cobrou apoio da classe artística. “Eles representam artistas que têm 1, 2, 5, 10 milhões de seguidores, têm muito mais seguidores em rede social esses artistas do que eu, então eles podem influenciar”, argumentou o gestor estadual.
“Por exemplo, uma grande ajuda que eles podiam dar é ajudar a estimular a população a ir se vacinar. Nós temos 1,5 milhão de pessoas que estão em atraso na vacinação, ou seja, não foram tomar a segunda dose. Temos mais um milhão que não quer tomar a terceira dose. Então, você imagine, se todo artista, pequeno, médio, grande, não interessa a quantos, o que tem 100 seguidores e o que tem 50 milhões, se todo mundo começar a postar a partir de agora um estímulo, uma campanha a favor da vacinação, eu não tenho duvidas que isso vai estimular a população a se vacinarem”, frisou.
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