Publicado em 21/12/2015 às 11h01.

Costa critica Cunha: ‘menino do Rio não aceita perder eleição’

Rui avaliou a decisão do Supremo Tribunal Federal de anular a comissão do impeachment com a participação de uma chapa avulsa e votação secreta

Evilasio Junior

Durante café da manhã com a imprensa, nesta segunda-feira (21), no Palácio Rio Branco, em Salvador, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), avaliou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular a comissão do impeachment com a participação de uma chapa avulsa e votação secreta, rito adotado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O petista exaltou a democracia e disse que o “menino do Rio” – em referência a Cunha –, não aceita ter perdido a eleição, uma vez que apoiou a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao comando da República.

O chefe do Executivo estadual relembrou os momentos de ditadura militar no Brasil e fez uma comparação com o cenário atual. “Anos de tristes lembranças para o povo brasileiro, sob todos aspectos. A democracia no Brasil sempre viveu períodos curtos. Talvez uma parte da nossa elite tenha pouco apreço pelo voto popular, talvez pela herança escravocrata. Se o povo brasileiro, de forma legal, tirar um governante que não tenha um bom desempenho, aí temos que mudar o modelo democrático do país”, sugeriu. O governador recorreu a um exemplo futebolístico para retratar a situação. “Um estádio não ficará em paz se um juiz não usar um critério para marcar pênalti para um e não marcar para o outro”, pontuou.

O petista voltou a exaltar a democracia e novamente criticou Eduardo Cunha. “Eu sou apaixonado pelo voto popular. É isso que constrói uma sociedade moderna. Sou contra o golpe. O menino do Rio que perdeu a eleição não aceita até hoje ter perdido. Tem criado um caos no país, ao invés de aguardar a próxima eleição para disputar. Eu acho que não tem cabimento, não há nenhum indício contra a presidente da República. (…) A Polícia Federal já encontrou, objetivamente e materialmente, elementos para aquele senhor não estar na cadeira da Câmara dos Deputados”, disparou.