Publicado em 21/07/2025 às 14h13.

Rui Costa critica revogação de vistos a ministros do STF: ‘Algo inacreditável’

Ministro da Casa Civil chama decisão dos EUA de “inadmissível” e afirma que commodities brasileiras podem ser realocadas com facilidade

Gabriela Araújo / André Souza
Foto: Feijão Almeida/GOVBA

 

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), classificou como “inadmissível” a suspensão de vistos de entrada nos Estados Unidos a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), medida adotada pelo governo americano e revelada nos últimos dias. Segundo ele, trata-se de um gesto sem precedentes no cenário diplomático global.

“É algo impensável, inadmissível, eu diria até inacreditável”, afirmou nesta segunda-feira (21), em Salvador. “Você imagine o Brasil adotar uma medida ou qualquer outro país, como Inglaterra ou França, se meter no julgamento da Suprema Corte americana. Isso não dá para entender no mundo moderno.”

Comércio de commodities

Questionado sobre possíveis impactos comerciais provocados pelo agravamento da tensão entre Brasil e Estados Unidos, Rui Costa minimizou os riscos relacionados à exportação de commodities. Ele afirmou que o governo aposta no diálogo e vê mais preocupação nos setores industriais com forte integração com os americanos, como a aviação.

“Commodities são o que menos preocupa. Se é commodity, você realoca com certa facilidade. O mais difícil é a indústria com integração, como a Embraer, que usa muitas peças produzidas nos EUA. Isso não se substitui de uma hora para outra como se faz com petróleo ou café”, disse.

Rui também citou o avanço nas negociações do acordo Mercosul-União Europeia como alternativa à dependência do mercado norte-americano. “Até dezembro, o presidente Lula quer assinar o acordo com a União Europeia. E os EUA estão brigando com o mundo inteiro: Europa, Canadá, México, China. O Brasil é só mais um na fila.”

Operação da PF contra Bolsonaro

Sobre a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deflagrada na última semana, Rui Costa evitou comentários. “Não comento operação judicial. Cabe a vocês, jornalistas, comentar. Minha função é de executivo”, afirmou.

Ele também minimizou as reações de aliados de Bolsonaro contra o Executivo. “Isso não é de hoje, mas está virando o caso de as pessoas se cuidarem, cuidarem da sua saúde”, disse.

As declarações foram dadas durante evento ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), na Estação da Calçada, onde foi anunciada a autorização para aditivo do Lote 1 do VLT entre Calçada e Comércio, além do lançamento do edital de sinalização dos três lotes da obra.

Gabriela Araújo

Jornalista, com experiência em internet, assessoria política, social media e rádio. Bicampeã do Prêmio Jânio Lopo de Jornalismo, concedido pela Câmara Municipal de Salvador (CMS).

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