Publicado em 14/12/2019 às 11h00.

Rui tenta ‘reduzir danos’ em debate sobre saneamento, dizem petistas

Governador afirmou que votaria a favor do novo marco legal do saneamento, contra o qual se colocou a bancada de aliados

Rodrigo Aguiar
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

 

Ao defender o novo marco legal do saneamento e abrir o capital da Embasa, o governador Rui Costa (PT) busca uma “redução de danos”, no entendimento de deputados petistas.

Em entrevista à Folha, o chefe do Executivo baiano afirmou que votaria a favor do projeto aprovado esta semana pela Câmara dos Deputados, contra o qual se colocou a bancada do PT e de outros aliados na esquerda.

“O governador me disse que estava mitigando dano, porque o texto que saiu da comissão especial tinha um ano só de transição, e o governador negociou três anos”, disse o deputado Afonso Florence, sobre a ampliação do período de transição para contratos do setor.

O parlamentar reconheceu, entretanto, que há uma “diferença explícita” entre Rui e a bancada em relação ao assunto.

Sobre a abertura de capital da estatal baiana de saneamento, Florence afirmou que a medida confirma uma tese da bancada.

“Quando o governador diz que pretende fazer um IPO [oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês], confirma a tese da oposição, de que não é necessário extinguir as empresas estatais para o setor privado entrar”, defendeu.

Segundo o deputado, é preciso aguardar os detalhes do procedimento para fazer uma avaliação aprofundada. “Por enquanto, é só um anúncio, que já estava no script”, lembrou.

Também integrante da bancada petista na Câmara, Zé Neto afirmou que o governador trabalha para manter o controle acionário da Embasa pelo Estado.

“O que Rui está tentando fazer é trabalhar numa redução de danos. Ele trabalha para manter o controle público”, disse.

Segundo o parlamentar, não houve qualquer pressão do governador sobre os aliados pela aprovação da matéria.

Antigo líder de Rui na Assembleia Legislativa, Zé Neto lembrou a quantidade expressiva de parcerias público-privadas firmadas pela gestão estadual.

“A Bahia é o estado que mais tem PPPs: temos na saúde, na Fonte Nova, no metrô. Não estamos dizendo que somos contra o setor privado participar do público”, afirmou.

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