Sai Levy, entra Barbosa; Novo ministro, velhas incertezas
Levi Vasconcelos comenta as implicações do troca-troca no Palácio do Planalto

Joaquim Levy assumiu o Ministério da Fazenda em janeiro já sabendo o que foi fazer lá: de saída, meteu a caneta e tome-lhe a cortar tudo, investimentos, projetos sociais, repasses obrigatórios.
Em suma, Dilma ganhou a eleição dizendo que estava tudo bem e Levy praticava atos e fatos mostrando o oposto, que o país estava naufragado.
A grita foi geral. A oposição bradava (e brada) que o povo foi vítima de um embuste, os petistas que Dilma estava chutando justamente a base que lhe garantiu a vitória.
Fogo petista – No decorrer do ano, a oposição dizia entender Levy, não tinha jeito, o amargo remédio era esse mesmo. E o PT, com Lula à frente, nunca deu sossego ao ministro. Pedia a demissão dele abertamente. E dentro do governo o próprio o ministro Nelson Barbosa, do Planejamento, agora na Fazenda, não poupava críticas. Nem se podia dizer tratar-se de um fogo amigo, simplesmente porque Levy não tinha amigos.
Dilma fez a opção. Fechou com a linha petista, que bate palmas. E Levy despede-se do governo creditando a falta de resultados à crise política.
A questão: quem está certo? Os dois lados.
Politicamente Levy sempre pareceu um estranho no ninho. É um executivo de banco, nada tem a ver com a esquerda. E tecnicamente está mais do que provado que as finanças federais estão arrebentadas, precisam de remédios amargos.
Ele propôs suas soluções, basicamente cortes drásticos e aumento de receita, como a volta da CPMF. Como fazer isso se o governo luta freneticamente, não para salvar a economia, mas para se salvar? Como aprovar a CPMF com uma base dilacerada?
O PT também, para o bem ou para o mal, deveria botar na Fazenda alguém afinado com os seus ideais. Mas também aí, entra a questão política. R$ 10 bilhões da arrecadação prevista na CPMF estão no orçamento de 2016. E cadê a CPMF?
Ou vai ou racha – Levy, um técnico, caiu exatamente por isso: falava linguagem diversa de um governo que clama por socorro. Um precisava do outro. Mas, como diz o ditado, era o cego batendo na porta do aleijado.
Barbosa vai dar certo? Sabe-se lá. O governo com ele faz uma espécie de “ou vai ou racha” ou “tudo ou nada”, mas o cenário para ele também é muito ruim. A posição do STF praticamente jogou no lixo a expectativa do impeachment, mas o problema político continua. E também tem a Lava Jato escandalizando o país e matando de inanição as empreiteiras tocadoras de grandes obras e irrigantes de dinheiro.
É aquela situação: desejamos ao Brasil um feliz 2016, mas só para entrar no clima de final de ano. Não dá para acreditar.
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