Publicado em 03/08/2020 às 11h59.

Segundo Otto, Bolsonaro debochou de Covid e agora o Brasil paga caro

"Ele tem o que chamam no interior de alma perversa"

Levi Vasconcelos
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Diz o senador baiano Otto Alencar (PSD) – foto – que o pandemônio em que a pandemia da Covid-19 se transformou tem muito a ver com o presidente Bolsonaro, que no início debochou, fez chacota.

Ele falava em relação ao malabarismo que Davi Alcolumbe (DEM-AP), presidente do Senado, está tentando fazer para garantir a votação de autoridades, entre elas mais de 20 embaixadores, como manda o regimento, presencial e secreta.

A questão: como fazer isso se a grande maioria dos 83 senadores são idosos? Ele pensa em botar um totem na porta do Senado, ali pela Chapelaria (entrada), em que cada senador chegaria sem precisar entrar no plenário.

— Agora nós temos na capital do Brasil, na ante-sala do Planalto, no espaço que congrega as mais altas autoridades da República, acuados pelo vírus. Triste.

Mortes

A ideia de Alcolumbe enfrenta outro entrave. Quem quiser ir a Brasília, vai ter que ser de carro. Avião não tem. O que dá ideia de quanto a Covid perturba. E Otto diz que a postura presidencial foi decisiva para chegarmos a isso.

— Brumadinho… foram pouco mais de 300 mortos e chocou o Brasil inteiro. Agora com a Covid, já se foram mais de 90 mil. É muita gente, muitos amigos sem adeus. Isso me comove muito, como médico e cidadão. E acho lamentável o descaso e a falta a falta de sentimento do presidente. Ele tem o que chamam no interior de alma perversa.

Toffoli, a má sugestão

A sugestão do ministro Dios Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para que o Legislativo brasileiro faça uma lei impondo uma quarentena de oito anos para juízes, ministros e conselheiros de tribunais de contas se deixar o cargo para postular mandato eletivo soou aos ouvidos do senador baiano Otto Alencar (PSD) algo entre absurdo e cômico.

— Um regime democrático pode proibir um juiz, policial, procurador, ministro ou quem quer que seja de disputar mandato eletivo? Isso por si só é um absurdo. E dentro disso há outro absurdo, o de imaginar que um juiz no exercício do cargo ganha voto dando penas, condenando gente, bordoadas por todos os lados.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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