Publicado em 26/05/2020 às 08h00.

Senado aprova convocação de Weintraub para audiência após falas contra o STF

"Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia", disse o ministro; data da audiência ainda será definida

Redação
Foto: Rafael Carvalho/Casa Civil
Foto: Rafael Carvalho/Casa Civil

 

O Senado Federal decidiu aprovar, em votação realizada na noite de segunda-feira (25), o requerimento para convocar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, após serem vazadas suas falas em reunião ministerial, quando, no dia 22 de abril, contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A data da audiência ainda será definida.

“Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”, disse Weintraub em trecho da reunião divulgado pelo Supremo. Ao quebrar o sigilo do vídeo, Celso de Mello disse que há aparente “prática criminosa” na conduta de Weintraub, “num discurso contumelioso (insultante) e aparentemente ofensivo ao patrimônio moral” em relação aos ministros da Corte. A

A autora do requerimento, senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), disse que é preciso cobrar postura do ministro. “Quero ouvi-lo. Quero perguntar quem são os vagabundos que deveriam ser presos e por que ele acha que tem vagabundos no STF. Palavras não podem ser em vão.”

O requerimento foi aprovado em votação simbólica, por unanimidade. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), não se opôs à convocação. “As frases ditas pelo ministro cruzam uma linha, uma linha do respeito às instituições, aos Poderes da República. Mesmo numa reunião privada não se pode utilizar das expressões e da forma agressiva como foi utilizada. Eu avisei ao presidente que haveria uma forte reação do Senado Federal e do Congresso Nacional.”

O líder do governo pediu, no entanto, que nenhum outro ministro seja convocado pelos senadores. Ele frisou que a reunião foi feita em um âmbito reservado, em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, pediu mais engajamento aos ministros na defesa do governo. A reunião foi citada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, como prova da suposta interferência do presidente na Polícia Federal.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.