Publicado em 02/02/2023 às 13h10.

Senador Marcos do Val acusa Bolsonaro de tentar coagi-lo a participar de golpe

O senador disse que pretende renunciar e contou que proposta de golpe ocorreu em dezembro de 2022, em reunião com Bolsonaro e Daniel Silveira

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

 

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de tentar coagi-lo a participar de uma ação golpista para impedir posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Eu ficava puto quando me chamavam de bolsonarista. Vocês me esperem, que vou soltar uma bomba. Sexta-feira vai sair na Veja a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto a ele. Só para vocês terem ideia. E é lógico que eu denunciei”, disse o parlamentar na madrugada desta quinta-feira (2), durante uma live nas redes sociais, sem explicar quando ocorreu o episódio relatado.

Logo em seguida, ele afirmou que renunciaria ao cargo de senador e anunciou a “saída definitiva da política”. “Não adianta ser transparente, honesto e lutar por um Brasil melhor, sem os ataques e as ofensas, que seguem da mesma forma”, disse ele, contrariado por ataques sofridos por parte de bolsonaristas. “Por mais que doa, o adeus é a melhor solução para acalmar o meu coração”, acrescentou.

Já na manhã desta quinta, do Val contou que a proposta golpista ocorreu em dezembro de 2022, por sugestão do então deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Segundo o senador, na reunião com a presença de Bolsonaro, o ex-parlamentar propôs gravar sem autorização alguma conversa que comprometesse o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para anular a eleição.

“Eles me disseram: ‘Nós colocaríamos uma escuta em você e teria uma equipe para dar suporte, e você vai ter uma audiência com Alexandre de Moraes, e você conduz a conversa pra dizer que ele está ultrapassando as linhas da Constituição. E a gente impede o Lula de assumir, e Alexandre será preso'”, relatou ao G1.

Marcos do Val disse ainda que ao receber a proposta golpista pediu para analisar posteriormente e, em seguida, levou o caso ao próprio Moraes.

 

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