Publicado em 01/03/2025 às 22h31.

Silvio Humberto celebra 50 anos do Ilê Aiyê e critica ausência de Bruno Reis no evento

Vereador destaca impacto do bloco na identidade negra e volta a criticar passarela no circuito Barra-Ondina

Otávio Queiroz
Foto: Jorge Jesus/bahia.ba

 

 

O vereador de Salvador, Silvio Humberto (PSB), celebrou os 50 anos do bloco Ilê Aiyê durante a tradicional saída do grupo no bairro do Curuzu, neste sábado (1º). Em entrevista ao bahia.ba, ele destacou a emoção de participar do evento e ressaltou a importância do bloco para a valorização da cultura afro-brasileira.

“O Ilê, a cada ano que passa, renova essa emoção. Se não fosse o Ilê Aiyê… Como disse Arany Santana, é um bloco que me toca profundamente, tenho essas raízes. Subir essa ladeira tem uma música que diz: ‘fácil é subir o Curuzu e difícil é chegar na cidade’. Depois que você sobe essa ladeira, quando chega lá em cima, tem que respirar”, afirmou.

Reflexos na política

O parlamentar também elogiou a transformação estética promovida pelo bloco e defendeu que essa mudança se reflita na política local.

“Para mim, o mais bonito foi a revolução na estética. Essa energia aqui […] Agora, precisamos pegar tudo isso, essa energia, para fazer uma revolução também na política”, pontuou.

Crítica à ausência do prefeito Bruno Reis

Silvio Humberto também criticou a ausência do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), no evento do Ilê Aiyê. Para ele, a atitude contrasta com o discurso de valorização da cultura afro na cidade.

“O prefeito perde. Fala-se tanto de ‘Salvador Capital Afro’, mas aí, quando você coloca uma passarela daquela no Barra-Ondina, está dizendo que é a capital da afro-conveniência”, disse o vereador, em referência à polêmica estrutura montada para dar acesso a um camarote próximo ao Morro do Ipiranga, na Barra.

Na sexta-feira (28), Humberto já havia criticado a instalação da passarela, classificando-a como um reflexo das desigualdades da cidade.

“Eles se superaram com aquela passarela. É uma inovação da desigualdade. Não basta o tratamento dado aos ambulantes, que nós já sabemos qual é. A inovação da passarela segue a premissa da lógica econômica: os mesmos ganham dinheiro enquanto os negros estão passando por baixo”, afirmou.

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