Publicado em 01/09/2021 às 11h18.

Tati Moreno vai ter que indenizar Juarez Paraíso: sereia de Interlagos

Advogado diz que "o respeito ao direito autoral triunfou"

Levi Vasconcelos
iemanjá interlagos sereia
Foto extraída do livro ‘A arte de Tati Moreno’

 

Lembra aquela história em que o artista plástico Juarez Paraíso, hoje um dos imortais da Academia de Letras da Bahia (ALB), acusou o também artista Tati Moreno de ter lhe surrupiado a autoria da sereia, ou uma Iemanjá, que adorna o lago do entorno do Condomínio Parque Interlagos, em Areias, litoral de Camaçari?

A história teve um princípio de fim ontem, e não foi bom para Tati. Por unanimidade, ou 3 votos a 0, a 2ª Câmara Cível do TJ o condenou em três linhas principais:

1 — Pagar R$ 100 mil por danos morais, mais danos patrimoniais a serem arbitrados em liquidação de sentença.

2 — Suprimir do livro ‘A arte de Tati Moreno as páginas 158 e 159’, que tratam da obra como se fosse dele.

3 — Publicar três vezes em jornal de grande circulação texto dizendo que a obra lá é de Juarez, não dele.

4 — Botar placa indicativa do autor na obra.

O susto

O TJ, na real, ampliou a sentença da juíza Ana Karena Nobre, da 9ª Vara Cível, acrescentando os danos patrimoniais.

Tati Moreno, a quem se atribui a autoria dos orixás do Dique do Tororó, sempre se disse autor da obra, o que surpreendeu Juarez. Um dia ao tentar fotografá-la, foi brecado: ‘Só com autorização do autor’. Tomou um susto: ‘Como, se o autor sou eu’. Resposta: ‘Não. É Tati’.

O advogado Rodrigo Moraes, especialista em direitos autorais, que trabalhou para Juarez, diz que o respeito ao direito autoral triunfou.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.