Publicado em 18/11/2022 às 07h35.

‘Teto de gastos é mais problema do que solução’, diz Geraldo Alckmin

'Tanto que não foi cumprido ano nenhum (por Bolsonaro)', completou o vice-presidente eleito

Redação
Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil

 

Em entrevista à CNN Brasil, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), coordenador da transição de governo, voltou a comentar sobre a PEC da Transição e a necessidade de furar o teto de gastos para garantir o pagamento do Auxílio Brasil (Bolsa Família) no valor de R$ 600 em 2023. Segundo o ex-tucano, “do jeito que está hoje, o teto de gastos é mais problema do que solução”.

“Nós vamos chegando num entendimento, que também é do Tesouro [Nacional] e do mercado, de que, embora a intenção seja boa, o teto de gastos, do jeito que está hoje, é mais problema do que solução. Tanto que não foi cumprido ano nenhum”, disse Alckmin, em referência aos quase R$ 800 bilhões de furo no teto durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL).

Alckmin também falou vai trabalhar para que a Câmara e o Senado aprovem a proposta de tirar o Bolsa Família do teto de gastos de forma permanente. “O anteprojeto encaminhado tem uma lógica, não fala em número, ele fala que vamos excluir do teto o Bolsa Família. Ponto”, afirmou.

Ele destacou, ainda, os dados de quando Lula assumiu a presidência pela primeira vez, em 2003. “O governo do presidente Lula tem responsabilidade fiscal, já foi governo e, durante oito anos, teve superávit primário. É claro que pegou numa situação melhor, mas a dívida que era 60% do PIB foi reduzida para 40% do PIB.”

Ainda durante a entrevista, Alckmin afirmou que o valor ‘extrateto’ estimado na PEC de Transição, de R$ 200 bilhões, faz parte de um anteprojeto e que não necessariamente será usado.

“Não tem cheque em branco. Está tudo de maneira explícita.[…] É importante destacar que esse é o teto. Não quer dizer que vá gastar tudo.[…] Nós não apresentamos uma PEC. Encaminhamos um projeto e agora são os senadores que têm que formalizar a proposta. Um terço do Senado tem que propor e aí tem que ser aprovado no Senado e na Câmara.[…] Mas tudo isso tem que ser urgente porque senão, em janeiro, as famílias não vão receber parte importante do Bolsa Família”, concluiu.

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