Toffoli marca acareação sobre caso Banco Master para fim de dezembro

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), agendou uma acareação entre o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos.

A acareação está marcada para o dia 30 de dezembro, às 14h, e será realizada por videoconferência. O objetivo é esclarecer divergências entre os envolvidos, bem como apurar as circunstâncias relacionadas às suspeitas de fraudes investigadas no caso.

Ailton de Aquino Santos participou de reuniões que envolveram Daniel Vorcaro, Paulo Henrique Costa e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Nos encontros, foram discutidos os termos da negociação para a compra do Banco Master pelo BRB, incluindo aspectos formais e a composição da instituição, que previa a venda de ativos para outros bancos.

O BRB anunciou, em março deste ano, a intenção de adquirir o controle do Banco Master. A operação, no entanto, levantou questionamentos sobre riscos e viabilidade econômica. Após análises e reuniões, o Banco Central vetou a transação, apontando falta de sustentabilidade financeira. Mesmo com a negativa, o BRB adquiriu carteiras de crédito do Master.

De acordo com investigações da Polícia Federal, há indícios do uso de engenharia contábil para ocultar irregularidades, com suspeita de fraudes que podem alcançar R$ 12,2 bilhões no sistema financeiro.

Em novembro, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, diante de suspeitas de emissão de títulos falsos e de riscos ao Sistema Financeiro Nacional (SFN), com impactos para clientes e trabalhadores.

TCU e questionamentos sobre a liquidação

No dia 18 de dezembro, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jhonatan de Jesus determinou que o Banco Central se manifestasse sobre possíveis indícios de precipitação na decisão de liquidar o Banco Master, de propriedade de Daniel Vorcaro.

Na sequência, a defesa do banco informou ao TCU que o Banco Central estaria tentando obter novos documentos e dados internos do Master para reforçar a decisão de liquidação. Segundo os advogados, não cabe ao BC solicitar ao liquidante a realização de investigações ou a coleta de documentos para subsidiar processos da autarquia ou respostas a órgãos de controle.