Publicado em 13/10/2016 às 08h17.

Vaquejada: é justo o STF proibir para preservar o meio ambiente?

A decisão, em essência, diz que as vaquejadas impõem sofrimento aos animais e, por tabela, fere os princípios constitucionais de preservação do meio ambiente

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Quando se procede contra partes não ouvidas, ainda que se pronuncie o que é justiça, sempre se procede sem justiça”

Padre Antonio Vieira, escritor e filosófo católico português (1608-1697)

(Foto: Divulgação/Doido por Vaquejada).
(Foto: Divulgação/Doido por Vaquejada).

 

Dizem os especialistas em evolução humana que lá um dia o homem chegará a um estágio que considerará prática desprezível o ato de comer animais. Ou, como dizem os mais cáusticos, de fazer do estômago túmulo, pela selvageria, mesmo sofisticada em ambientes requintados, que isso enseja.

Os vegetarianos já seriam o embrião dessa tendência. Seria o ato do STF de proibir as vaquejadas o lado institucional do mesmo caminho? Não é o que parece.

A decisão, em essência, diz que as vaquejadas impõem sofrimento aos animais e, por tabela, fere os princípios constitucionais de preservação do meio ambiente.

Ora, bolas. Por aí, derrubar o boi pelo rabo, como fazem os vaqueiros nas vaquejadas, é judiar do boi. Mas matar para comer, como se faz com tantos bichos, pode.

Nada a ver com evolução da humanidade, portanto. Parece mais coisa da burocracia jurídica, que do alto do seu pedestal fica forjando interpretações para a lei, desprezando as incoerências que elas ensejam.

Por agora, ficamos com os vaqueiros.

Estrada do Vaqueiro

Defensor das vaquejadas, o deputado Daniel Almeida (PCdoB) comemorou anteontem a aprovação, na CCJ da Câmara, de um projeto de lei dele que coloca o nome do trecho da BR-235, entre as divisas com o Piauí e Sergipe, de Estrada do Vaqueiro.

Daniel diz que a questão das vaquejadas é cultural. ‘Desde menino eu frequento’.

Caso baiano

A decisão do STF foi com relação a uma lei do Ceará, mas, com certeza, a cancela está aberta para casos similares no resto do país.

Na Bahia, por exemplo, o deputado Eduardo Salles (PP) aprovou na Assembleia uma lei que regulamenta as vaquejadas.

Ela é contestada judicialmente por outro deputado, Marcell Moraes (PV).

Além disso, umpedido do Ministério Público Estadual,de vetar a realização da Vaquejada de Praia do Forte, foi acatado pela Justiça na terça (11).

Disputa tucana

Os tucanos, divididos entre os seguidores de Aécio Neves, senador mineiro, e Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, estão em pé de guerra pela Presidência da Câmara.

Os seguidores de Alckmin estão enciumados porque Aécio aposta suas fichas no baiano Antônio Imbassahy e no paulista Carlos Sampaio. Eles dizem que não é bem assim. Tem que ter um “alquimista” na parada. É 2018 dando as caras no ninho.

De olho na UPB

O deputado Robério Oliveira (PSD), prefeito eleito de Eunápolis, está empolgado com o fato de sua mulher, Cláudia, ter sido reeleita prefeita de Porto Seguro e o cunhado Agnelo (irmão de Cláudia) ter sido eleito em Santa Cruz de Cabrália.

Está de olho na União dos Municípios da Bahia (UPB), que arrecada R$ 400 mil por mês.

Sucesso familiar

Não foi só o deputado Jânio Natal (PTN) que se deu bem com incursões familiares nas urnas deste ano ao se eleger prefeito de Belmonte tendo como vice o irmão Janival.

O ex-deputado Temóteo Brito (PSD) se elegeu prefeito de Teixeira de Freitas e o filho, Léo Brito (PSD), de Alcobaça.

No sertão, Manoel Luz (PSD) se elegeu em Mucugê e Erivaldo Soares (PSL), em Nordestina. Os dois são irmãos.

Dor em Caetité

Caetité viveu momentos de comoção na última semana. O médico Ricardo Ladeia, prefeito duas vezes, disputou a eleição do dia 2 pelo PSDB e perdeu para Aldo Gondim (PSB) por 2.098 votos. Aí veio o pior: uma semana depois, ele morreu em Guanambi, vítima de uma parada cárdiorrespiratória. Ricardo foi um bom prefeito, mas travava intensa luta contra o alcoolismo. Perdeu.

Despedida em Irecê

Após a surpreendente derrota, o prefeito de Irecê, Luizinho Sobral (PTN), usou o Face para se pronunciar. Agradeceu aos eleitores e disse ao sucessor, Elmo Vaz (PSB):

— Ele vai encontrar uma prefeitura bem mais organizada que eu encontrei, com o nome limpo na praça.

Arrocho nas prisões

O deputado federal João Carlos Bacelar (PTN) apresentou projeto que proíbe a saída temporária da prisão de autores de crimes hediondos ou reincidentes.

Acha que, pela gravidade dos atos, não se justifica conceder o benefício.

Prêmio no pão

O Centro de Panificação das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), em Simões Filho, ganhou o prêmio das 100 Melhores Padarias do Brasil, concorrendo com mais de 3 mil estabelecimentos do país.

Foi a primeira na categoria “Padaria Social”.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.