Publicado em 29/05/2025 às 11h05.

Vereadora defende criação do ‘Dia da Prostituta’ após críticas de deputado

Proposta de Marta Rodrigues (PT), protocolada em 2022, voltou ao debate após postagem do deputado Diego Castro (PL) na última quarta-feira (28)

João Lucas Dantas / André Souza
Foto: André Souza/ bahia.ba

 

A vereadora Marta Rodrigues (PT) defende a criação do “Dia da Prostituta”, após projeto de lei na Câmara Municipal de Salvador, que prevê a inclusão da data no calendário oficial da cidade, ter sido trazido à tona novamente. Segundo a petista, a proposta existe desde 2002, quando o Ministério do Trabalho reconheceu a profissão de profissionais do sexo. O assunto ressurgiu após críticas do deputado estadual Diego Castro (PL) na última quarta-feira (28).

“Para você ver a capacidade de requentar pautas quando não se tem assunto. A Associação das Profissionais do Sexo da Bahia (Aprosba) é formada por diversas mulheres comprometidas e aguerridas que nos procuraram em 2021. Nós fizemos um bom debate. É preciso realizar uma audiência antes de protocolar um projeto para criar o dia, e cumprimos todo esse trâmite. Em 2022, protocolamos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas ele não saiu de lá. É isso que nós sempre pedimos, porque, como muitas delas dizem, não estão na profissão por querer, mas porque foi a condição que encontraram”, rebate Marta, durante a assinatura dos decretos que regulamentam os programas “CNH da Gente” e “CNH na Escola”, nesta quinta-feira (29).

O tema voltou a gerar discussão na política baiana após Diego Castro publicar no Instagram: “Mais uma vergonha do PT. Enquanto a cidade enfrenta tantos desafios reais, a prioridade da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) é criar o ‘Dia da Prostituta’. A vereadora Marta Rodrigues, irmã do governador, ignora os reais problemas de Salvador e debocha da população”.

Segundo a vereadora, a intenção é garantir serviços de saúde, além de escuta e respeito em todos os espaços, por meio da criação de uma data em homenagem à profissão. “Seria no dia 2 de junho, estamos pertinho, por isso o tema reacendeu. Teve um deputado, que não gosto de citar nome, com pauta conservadora que trouxe isso à tona de forma ruim, ainda em tom machista, como se eu não tivesse nenhuma história de luta”, responde.

“Sou vereadora de quarto mandato e tenho uma história nesta cidade. Acompanho todos os movimentos daqui. Quem não tem pauta recorre a esse tipo de ataque, achando que nós não estamos atentos. Este projeto não é de agora; acompanhamos todas as situações que vêm acontecendo na cidade”, acrescenta a parlamentar.

Marta questiona a necessidade de retomar o tema neste momento e ressalta a transparência da CMS. “Está tudo no portal da Câmara; é só acessar e conferir. Dialogamos de forma muito respeitosa com as profissionais, que também são mães e merecem nosso acolhimento. É isso que produzimos, no dia a dia, naquela casa: espaços de escuta e construção coletiva”, conclui.

João Lucas Dantas

Jornalista com experiência na área cultural, com passagem pelo Caderno 2+ do jornal A Tarde. Atuou como assessor de imprensa na Viva Comunicação Interativa, produzindo conteúdo para Luiz Caldas e Ilê Aiyê, e também na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador. Foi repórter no portal Bahia Econômica e, atualmente, cobre Política e Cultura no portal bahia.ba.

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