Publicado em 22/10/2025 às 15h43.

Vereadora denuncia corte de quase 50% na Educação de Jovens e Adultos

Marta classificou como “um atentado à educação pública” a redução de quase metade dos recursos destinados ao EJA

Redação
Foto: André Souza / bahia.ba

 

A vereadora Marta Rodrigues denunciou, nesta quarta (22), o que classificou como “um atentado à educação pública” diante da redução de quase metade dos recursos destinados à Educação de Jovens e Adultos (EJA) pela Prefeitura de Salvador em 2025.

Segundo Marta, a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2025 previa 11 milhões para o programa, mas uma nova atualização da lei feita em setembro, e publicada no Diário Oficial, reduziu o valor para R$ 6,7 milhões, sem justificativa.

A petista ressalta que o contraste evidencia descaso da prefeitura. “Do orçamento do EJA já reduzido em 50%, apenas R$ 184 mil haviam sido efetivamente executados até agosto, menos de 3% do orçamento atual. Em contraste, foram executados R$ 161,4 milhões da LOA para Comércio e Serviços / SALTUR / Eventos e Shows até setembro, quase 900 vezes mais do que a Prefeitura investiu na EJA”, denuncia. Os dados estão no Portal da Transparência e demais fontes institucionais.

Para a edil, enquanto se gasta milhões com shows, a educação pública é abandonada pela prefeitura num desrespeito à educação e desacatando o TAC do MP-BA, assinado pelo executivo objetivando melhorias e estudos técnicos sobre o programa. “Inversão de prioridades, que é inaceitável e cruel com milhares de soteropolitanos que enxergam na EJA a chance de retomar os estudos”, diz.

A petista destaca que a redução do orçamento da EJA na capital é mais um capítulo de um processo de desmonte. Ela lembra que em 2023, o fechamento de 42 turmas de EJA em escolas municipais já havia prejudicado o acesso de milhares de jovens e trabalhadores à escolarização.

“Foi nesse ano que teve a assinatura do TAC entre a Prefeitura e o MP-BA, que exigindo do município estudos técnicos detalhados e consultas à comunidade escolar antes de fechar unidades de EJA”, recorda.

A parlamentar reforçou que reduzir o orçamento da EJA é fechar as portas da esperança para milhares de trabalhadores, além de ser desrespeito a um direito garantido por lei, no art. 208 da Constituição.

“É um retrocesso social e humano. “O EJA é essencial para o progresso e a transformação social. O desmonte atinge diretamente a todos que não tiveram acesso à escola na idade regular, incluindo pais e mães que enfrentam dificuldades para estudar por falta de creches noturnas no muncípio”, pontuou.

Marta Rodrigues anunciou que vai cobrar explicações formais à Secretaria Municipal da Educação (Smed) e apresentar requerimentos sobre a execução orçamentária da EJA. “A população merece transparência. Queremos respostas: por que cortaram quase 50% do orçamento? Por que apenas 1,6% foi usado até agosto? Qual é o compromisso real da Prefeitura com quem quer voltar a estudar?”, concluiu a vereadora.

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