Publicado em 29/05/2020 às 10h03.

Witzel muda versão sobre R$ 284 mil repassados por escritório investigado em 2018

Dinheiro foi pago pelo empresa de advocacia de Lucas Tristão, seu então coordenador de campanha e atual secretário de Desenvolvimento Econômico

Redação
Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

 

O governador  do Rio de janeiro, Wilson Witzel (PSC), recebeu no ano em que foi eleito R$ 284 mil do escritório de advocacia de Lucas Tristão, seu atual secretário de Desenvolvimento Econômico. A revelação foi feita nesta sexta-feira pelo jornal

Segundo a reportagem, esse pagamento a Witzel em 2018 consta na declaração de Imposto de Renda do governador, em análise pela Procuradoria-Geral da República, no âmbito da Operação Placebo. A banca do secretário recebeu no mesmo período R$ 225 mil de firmas do empresário Mário Peixoto, segundo a investigação.

O dinheiro repassado a Witzel pelo escritório de Tristão, à época coordenador de sua campanha eleitoral, foi uma das justificativas usadas pelo então candidato para explicar como doou R$ 215 mil de recursos próprios para sua campanha mesmo tendo declarado à Justiça Eleitoral não ter dinheiro em conta.

Quando questionado sobre a origem dos recursos, sua assessoria respondeu que “Witzel presta consultoria jurídica e recebeu, além de honorários, luvas [pagamento pela entrada numa sociedade] para ingressar em dois escritórios de advocacia, um no Rio de Janeiro e outro no Espírito Santo”.

Em entrevista à Folha durante a campanha, Witzel afirmou que um dos escritórios a que se associou era o de Tristão. E disse que auxiliou o advogado na análise da defesa da Atrio Rio, uma das empresas da família de Peixoto, numa ação contra a Secretaria de Educação do estado.

“Ele [Tristão] me apresentou a petição para que eu analisasse, se estava adequada. Entendi que estava e que haveria possibilidade de sucesso”, afirmou Witzel na ocasião.

Na última quarta-feira (27), em entrevista à CNN Brasil, ele mudou sua versão e negou que tenha sido sócio de Tristão.

“Nunca fui sócio do Lucas Tristão. O único escritório em que fui sócio foi do Medina Osório [Advogados], ex-ministro da AGU [Advocacia-Geral da União]. Agora, o Lucas foi meu aluno. Em várias oportunidades ele vinha conversar comigo sobre processos que não estavam na minha jurisdição”, disse o governador fluminense.

Witzel foi alvo da Operação Placebo, que apura suspeitas sobre o contrato para construção de um hospital de campanha contra o coronavírus e na relação do governador e seu entorno com um empresário investigado desde a gestão Sérgio Cabral (MDB).

Uma das investigadas é a primeira-dama, a advogada Helena Witzel, que firmou contrato com a DPAD Serviços Diagnósticos. A empresa é ligada, segundo a Procuradoria, ao empresário Mário Peixoto, preso na Operação Favorito, deflagrada há duas semanas.

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